Por felipe.martins

Rio - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) 28 pedidos de abertura de inquérito para investigar 54 pessoas envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Também foram enviados sete pedidos de arquivamento relativos a políticos que foram citados, mas contra os quais os procuradores consideraram não haver indícios fortes o suficiente para a abertura de inquéritos.

Renan Calheiros negou ter sido avisado sobre seu nome na lista de JanotAgência Brasil

Entre os 54 investigados estão políticos e pessoas sem o chamado foro privilegiado de partidos como o PT, PMDB, PP e PSDB. Os pedidos de abertura de inquérito tratam de mais de uma pessoa envolvida. Os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foram avisados que estão no documento. Eles teriam sido informados pelo vice-presidente da República, Michel Temer, na sexta-feira, de que constam na lista. Temer recebeu Janot em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu, na manhã de quinta-feira.

Cunha sempre desmentiu ter envolvimento com o esquema apurado pela PF. Ontem, ele negou que tenha sido avisado de que será alvo de inquérito. O nome de Renan aparece na suposta lista de políticos envolvidos com o esquema de corrupção na Petrobras, mas ele também negou qualquer envolvimento.

Eduardo Cunha refutou envolvimento com esquema da PetrobrasFabio Gonçalves / Agência O Dia

Os nomes dos políticos surgiram em depoimentos à Justiça do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que fecharam acordos de delação premiada. A partir do pedido de abertura de inquérito, caberá ao relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, aceitar ou não o início das investigações sobre Cunha e Renan e os demais parlamentares. É praxe no Supremo acatar este tipo de demanda.

A aceitação do inquérito não significa declaração de culpa. Somente após as investigações e o processo no STF, os acusados serão inocentados ou condenados por eventuais crimes.

Nos pedidos de investigação, Janot solicitou ao relator Zavascki, que derrube o sigilo dos inquéritos. A ideia é manter em segredo apenas os pedidos de diligência que, se descobertos, podem frustrar resultados, como grampos telefônicos.


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