Por victor.duarte

Brasília - Candidato derrotado à Presidência da República, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) escapou da abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar seu suposto envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. O procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, recomendou ao Supremo o arquivamento do pedido sugerido pelos procuradores do caso. Os nomes dos políticos que serão investigados deverão ser revelados até sexta-feira.

Procurador Rodrigo Janot entendeu que as informações reunidas não são suficientes para investigar AécioAgência Brasil

Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava Jato, afirmou “ter conhecimento” de que Aécio, na época em que era deputado federal, receberia dinheiro desviado de Furnas “através de sua irmã”. “Foram infrutíferas as tentativas de setores do governo de envolver a oposição na investigação”, disse o tucano.

Janot recomendou também o arquivamento do pedido de inquérito sobre Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Câmara dos Deputados. Ele deverá assumir o Ministério do Turismo – só não fora indicado porque havia a informação de que poderia vir a ser citado na lista de Janot.

Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, tiveram pedidos de inquérito aceitos. Caberá ao ministro Teori Zavascki acolhê-los ou não. Os pedidos são resultado da delação de Youssef à Justiça. Segundo ele, teria sido entregue R$ 1 milhão à campanha da senadora em 2010.

A PGR enviou ao Supremo 28 pedidos para investigar 54 pessoas. Estão na lista os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Também serão investigados os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA) e o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR). No meio político, é esperado que o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), apareçam na lista. Eles negam qualquer envolvimento no caso.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) negou a possibilidade de envolvimento com os desvios de recursos da Petrobras. “Torço muito para saber o porquê que o meu nome vem aparecendo na imprensa. Já me coloquei à disposição do juiz Sérgio Moro (que está à frente das ações da Lava Jato), do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e do Superior Tribunal de Justiça, que é o fórum do governador. Vou prestar qualquer tipo de esclarecimento”, afirmou.

Você pode gostar