Por bferreira

Paraná - Policiais federais prenderam, na Operação Bemol, 37 pessoas acusadas de participar de uma quadrilha de lavagem de dinheiro que atua em quatro estados: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Segundo investigações da Polícia Federal, o grupo movimentou em torno R$ 600 milhões desde 2011.

Foram apreendidos durante a ação R$ 62,3 mil e US$ 400 dólares, três carros e uma arma sem registro. No início da noite, 31 pessoas ainda eram procuradas pelos agentes de federais.

De acordo com o delegado Ricardo Cubas César, da Polícia Federal, a quadrilha era comandada por quatro pessoas, que foram presas, a partir do Paraná e usava o Paraguai como ponte para a lavagem. O policial explicou que o dinheiro, enviado ilegalmente ao país vizinho, era usado para a compra de drogas e de produtos que eram enviados ao Brasil para ser revendidos.

Depois, parte do dinheiro, já com lucro, era reinvestido em drogas e em mercadorias contrabandeadas. Outra parte era repartida entre os membros da quadrilha e gasta em bens, como imóveis e carros de luxo.

O delegado explicou que até agora já foram identificadas 87 empresas de vários ramos — como de distribuição de bebida e hotelaria —, a maioria de fachada, cujas cotas bancárias eram usadas pela quadrilha para lavar o dinheiro. Segundo ele, alguns dos presos eram laranjas e cediam as contas para a lavagem do dinheiro e serão indiciados, como os outros, nos crimes de tráfico de drogas, descaminho e contrabando, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

Entre os presos estão um empresário de Soledade, no Rio Grande do Sul, um de Joinville, em Santa Catarina, e os quatro paranaenses, incluindo um professor universitário, um doleiro e um empresário, que lideravam o grupo. Os nomes deles não foram divulgados.

A Polícia Federal informou que participaram da operação 200 agentes da PF e 30 da Receita Federal. Eles cumpriram mandados em Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Matelândia, Cascavel, Toledo e Altônia, no Paraná; Joinville, em Santa Catarina; Soledade, no Rio Grande do Sul; e Ribeirão Preto e Monte Aprazível, em São Paulo.

A operação foi batizada de Bemol porque complementa a Sustenido, realizada no ano passado em Foz de Iguaçu, no Paraná, e que também desbaratou uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro.

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