São Paulo - O irmão de Suzane von Richtofen, Andreas, comentou pela primeira vez sobre a morte de seus pais, 12 anos depois do crime, nesta sexta-feira. O jovem, que tinha 15 anos na época do assassinato, enviou uma carta ao promotor do caso, Nadir de Campos. "Entendo que sua raiva e indignação para com esses três assassinos seja imensa e muitos da sociedade compartilham esse sentimento. E eu também. É nojento", diz trecho da mensagem lida pela rádio Estadão.
Campos afirmou no programa Superpop, na Rede TV!, que Manfred von Richtofen mantinha contas bancárias em países da Europa, fruto de desvios feitos nas obras da Rodoanel, quando ele trabalhava na estatal Dersa. A beneficiária seria Suzane. "Se há contas no exterior, quero que o senhor mostre provas. Mas se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o senhor se retrate para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem estão mais aqui para se defender", revela outra parte da carta de Andreas.
Suzane, que tinha 19 anos na época do crime, foi condenada a 39 anos de prisão. Os irmãos Cravinhos, Daniel e Cristian, também foram condenados por participação no assassinato.
Mulher de Suzane deixou presídio
Suzane von Richtofen nem bem começou a vida de casada e já pode voltar a ficar solteira na prisão. É que Sandra Regina Ruiz Gomes, mulher da assassina confessa dos pais, ganhou da Justiça o direito de cumprir sua pena de quase 30 anos de cadeia no regime semiaberto, aquele que dá ao encarcerado a oportunidade de trabalhar durante o dia para retornar ao presídio apenas para dormir.
A informação sobre a decisão da 1ª Vara de Execuções Penais de Taubaté, no interior de São Paulo, está disponível no site do Tribunal de Justiça do Estado. Ela é do dia 12 de fevereiro, quando foram recebidos pela Justiça os Autos de Conclusão e expedido o guia de transferência da detenta para outra penitenciária.
Assim como Richtofen, Sandra tem o direito de decidir se acatará a decisão do semiaberto.Suzane teve a mesma opção no final do ano passado, mas optou por não aceitá-la pelo fato de a Penitenciária Feminina de Tremembé não possuir ala para o cumprimento do regime. Ela justificou a decisão por temer por sua segurança em outra cadeia. Por ora, Sandra continua presa no local.
Gomes foi condenada pelo sequestro de uma empresária e chegou a receber direito ao semiaberto em 2010, mas o perdeu após ter agredido um agente penitenciário.