Por bferreira

Brasília - A sessão da CPI da Petrobras marcada para ouvir ontem os esclarecimentos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se transformou num ato de desagravo, com direito a aplausos e palavras de solidariedade ao depoente. Por cerca de uma hora e meia, parlamentares da oposição e da base aliada se revezaram ao microfone para parabenizá-lo.

Eduardo Cunha depôs na CPI da Petrobras nesta quinta-feira Reprodução Tv Câmara

Cunha é um dos parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participação do esquema de corrupção na estatal. Ele foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef como beneficiário da partilha de propina de um contrato firmado pela Petrobras com empresas privadas para o aluguel de navios-plataforma.

À tarde, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli afirmou que não há uma “corrupção sistêmica” na empresa e que os casos detectados na Operação Lava Jato são “individualizados”. Segundo ele, os sistemas de controle interno da estatal e as auditorias externas periódicas que foram feitas não eram capazes de descobrir os pagamentos de propina porque são “caso de polícia”.

“Não acredito na tese que está sendo construída de que há uma corrupção sistêmica na Petrobras. Não posso afirmar que não há corrupção. Você tem uma empresa de 80 mil funcionários que chegou a investir US$ 40 bilhões por ano. Dizer que não tem corrupção seria uma ilusão”, disse Gabrielli. “O problema da corrupção na Petrobras é individualizado, específico de alguns criminosos”, afirmou.

STF INVESTIGA 50

Subiu para 50 o número de investigados no Supremo no escândalo da Petrobras. Ontem, a Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou pedido de inquérito contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). Ele é citado nos depoimentos dos delatores da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Nos depoimentos, Bezerra aparece como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.

Você pode gostar