Rio - O ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque voltou a ser preso na manhã desta segunda-feira, no Rio, pela Polícia Federal. A prisão é parte da décima fase da Operação Lava Jato, que investiga os crimes de corrupção ativa e passiva, associação criminosa, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e fraude em licitação. A ação visa cumprir 18 mandados no Rio e São Paulo.
Segundo a PF, dos mandados a serem cumpridos dois são de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 12 de busca e apreensão. Todos os presos devem ser levados para o Paraná. A prisão temporária tem prazo de cinco dias. A prisão preventiva não tem data para terminar, pois depende de decisão judicial. A décima fase da operação foi batizada de "Que país é esse?" e conta com 40 policiais federais.
De acordo com a PF, Duque foi preso novamente estaria movimentando dinheiro depositado em contas no exterior. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Polícia Federal informou que o ex-diretor transferiu 20 milhões de euros (cerca de R$ 68 milhões) de contas da Suíça para contas em Mônaco.
Duque, preso pela segunda vez por envolvimento no esquema, é apontado pelos investigadores como o elo entre o PT e os desvios na Petrobras. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), teriam sido captados na sua gestão na estatal cerca de R$ 650 milhões em propinas sobre contratos fechados de 2004 a 2012 com as seis empreiteiras que teriam integrado um cartel para assumir negócios bilionários na estatal.
Ele foi citado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, réus no processo, como um dos beneficiários do esquema. Renato Duque também teve o nome citado na nona fase da Operação Lava Jato que, segundo a Polícia Federal, buscou provas contra 11 operadores do esquema de corrupção na Petrobras que atuaram na Diretoria de Serviços da empresa durante a gestão do ex-diretor Renato Duque.
Duque foi preso em 14 de novembro do ano passado, na sétima fase da Operação Lava Jato e solto no início de dezembro graças a um habeas corpus. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a emitir parecer favorável a nova prisão dele, por entender que existia o risco de Duque fugir do país para escapar do julgamento.
Além dos ex-diretor, a Folha de S.Paulo informou que já foram presos na manhã desta segunda o empresário Adir Assad, que está sendo investigado sob suspeita de manter empresas laranjas e usá-las para lavar dinheiro, e o filho Mario Góes, que já está preso em Curitiba e é apontado como operador do esquema de corrupção na Petrobras.
A Polícia Federal descobriu que Mario Goés usava contas em nome de familiares para movimentar o dinheiro oriundo de propinas no esquema da Petrobras, da mesma foram como operava o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.