Por tamara.coimbra

Rio - Na manhã desta quarta-feira, manifestações marcadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto bloqueiam avenidas em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba, Bahia e no Paraná. Os protestos pedem o início da terceira fase do Minha Casa Minha Vida e tenta enfraquecer pautas da direita incorporadas após manifestações do último domingo.

Em São Paulo, manifestantes bloqueiam a rodovia Raposo Tavares nos dois sentidos na altura do km 21. Pneus queimados impedem a passagem dos veículos. Segundo a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas participam do protesto.

Manifestação interdita Avenida do Contorno e complica trânsito na ponte Rio-Niterói

Integrantes do MST bloqueiam rodovia Raposo Tavares em São PauloReprodução TV Globo

Por volta das 9h30, a marginal Tietê foi bloqueada totalmente no sentido rodovia Ayrton Senna próximo à ponte Orestes Quércia.

Na Zona Sul de São Paulo, cerca de 1.500 pessoas marcham pela Marginal Pinheiros em protesto. Os manifestantes seguem em direção à ponte João Dias.

Em frente ao terminal João Dias, cerca de 400 pessoas, segundo a PM, tomaram a avenida João Dias e marcham no sentido Centro. Os manifestantes começaram a se reunir por volta das 8h, entre eles estão ex-moradores das ocupações Chico Mendes 2, no Morumbi, Faixa de Gaza, em Paraísopolis, e Portal do Morumbi, todos já reintegrados e aguardando obras.

Em coro, as pessoas cantam "1, 2, 3, 4, 5, mil. Ou dá a nossa casa ou paramos o Brasil". O grupo segue em direção à estrada de Itapecerica.

Na Radial Leste, manifestantes se reúnem em frente à estação de metrô Itaquera. De acordo com a CET, ainda não há bloqueios na região.

Estão previstos ao longo do dia a obstrução de dez vias de grande circulação de veículos na capital paulista e em outras cidades da Grande São Paulo.

Manifestantes fazem barricadas em avenida em Minas GeraisReprodução TV Globo

A coordenadora estadual do MTST Simone de Sousa disse que a manifestação simultânea em vários pontos de São Paulo nesta quarta-feira serve para chamar atenção do governo para a liberação das verbas da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, prometida para novembro do ano passado.

"Tentamos vários tipos de negociação com o governo federal. Enquanto não tiver a liberação das verbas do programa, as obras ficam paradas. Se pelo diálogo não estamos sendo atendidos, a gente faz o governo ver que as famílias precisam de moradia".

Bloqueios

No Rio de Janeiro, os manifestantes atearam fogo em uma barricada de pneus e fecharam a pista no sentido Ponte Rio-Niterói. Segundo a concessionária Autopista Fluminense, que administra a via, o protesto começou por volta das 7h na altura do km 321, a pouco mais de um quilômetro da ponte. O engarrafamento, de acordo com a concessionária, chega a cinco quilômetros de extensão.

Em Minas Gerais, o protesto fecha a BR-040 em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quarta-feira. Em outro ponto, um protesto na MG-010 interdita o caminho para o aeroporto de Confins.

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Já na Paraíba o ato interrompe o trânsito na avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa. De acordo com as imagens do local divulgadas pela Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) da capital, os manifestantes estão queimando lixo no meio da via em frente à sede do Ministério da Fazenda. O trânsito na direção do Centro da cidade está sendo desviado pela avenida Piauí. O grupo, de cerca de 20 pessoas, está com faixas pedindo moradia e se identificam como o Movimento Popular Terra Livre.

No Paraná, integrantes do Movimento Popular por Moradia (MPM) fecharam os dois sentidos do Contorno Sul, na BR-376, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), para protestar por volta das 9h30. Eles fecharam os dois sentidos da rodovia e informaram que vão permanecer no trecho pelo menos até às 10h30. Apenas os veículos de emergência podem passar.

Ocorrem protestos ainda na Bahia e no Ceará. O movimento faz parte do Dia Nacional de Lutas, programado para acontecer nesta quarta-feira em 13 estados.

Resposta ao dia 15

Protagonista dos maiores protestos de rua do Estado de São Paulo em 2014, o grupo pretende atrair entre 15 mil e 20 mil militantes, espalhados por diversos pontos da capital paulista, para discursar contra a direita, além de exigir atenção do governo em relação às pautas que abraça desde sempre — de direitos sociais aos trabalhadores, como habitação, saúde e educação.

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