Por bferreira

Brasília - Em sua ‘estreia’ na articulação política do governo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) reuniu os líderes dos partidos da base aliada da presidenta Dilma Rousseff (PT) e fechou acordo para garantir o apoio ao ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy e evitar matérias que impliquem no aumento de gastos ou redução de receitas. Mas foi criticado por petistas importantes, como o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro.

Temer disse que a conciliação entre PT e PMDB é o caminho naturalAgência Brasil

O vice-presidente contou que levou à reunião documento para que os líderes assinassem se comprometendo com o ajuste fiscal do governo. Mas deixou claro que as medidas seriam “naturalmente examinadas e eventualmente ajustadas” pelo Congresso. “Nada que porte despesa ou redução das receitas seria neste momento examinado. Todos assinaram”, garantiu Temer, após o encontro na tarde de ontem.

No texto do documento, há indicação de que a “recuperação do crescimento é condição necessária” para o controle da economia. Há também ressalva de que “o controle das contas públicas” e a “inflação no centro da meta” são formas de proporcionar tranquilidade para os trabalhadores e estimular a confiança necessária para o investimento.

Em entrevista, o vice-presidente afirmou que sua indicação para articulação política contribuirá para aparar as arestas entre o PMDB e o PT. “A tendência natural é essa. Estamos há três meses no governo, houve muitas conversações. O diálogo continua muito sólido. Eu tenho enfatizado que o Executivo só pode governar se tiver apoio do Congresso, no sentido político e legislativo. E estão todos de acordo com isso”, avaliou.

No Twitter, Tarso Genro condenou a escolha de Temer e afirmou que o PT virou “acessório” no governo. “O partido não é nem consultado para uma medida dessa envergadura. A crise que essa decisão cria é maior do que a que tenta resolver”, postou o ex-governador.

Pepe no Direitos Humanos

O ex-ministro das Relações Institucionais Pepe Vargas foi confirmado pelo Palácio do Planalto para assumir a Secretaria de Direitos Humanos.

O petista substitui outra petista no cargo, Ideli Salvatti. Antes da oficialização de seu nome no novo posto, o antigo responsável pela articulação política acabou protagonizando mais um episódio de confusão no governo de Dilma Rousseff. Em entrevista, ele anunciou sua ida para Secretaria de Direitos Humanos (SDH), antes do anúncio oficial do governo. Ao perceber a gafe, mais tarde desconversou. À noite acabou sendo confirmado.

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