Por fernanda.macedo

São Paulo - A concessionária de infraestrutura CCR disse que tem flexibilidade no balanço para participar da disputa por novas concessões que devem ser lançadas em breve pelo governo federal, apesar da concentração de desembolsos que precisa fazer em projetos recentes neste ano.

A alavancagem da companhia subiu para 2,5 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda ajustado em março, ante 1,9 vez ao fim do primeiro trimestre do ano anterior, e tal patamar deve continuar avançando. A CCR mantém a meta de realizar um total de 4,8 bilhões de reais em investimentos em 2015, valor não deduzido das contribuições dos poderes concedentes.

"À medida que a companhia for executando investimentos relacionados a projetos conquistados recentemente, e, de fato, temos um investimento maior para ser executado neste ano, é natural que a alavancagem suba", disse Flávia Godoy, da área de relações com investidores da empresa, em teleconferência com analistas.

Segundo ela, o ritmo médio de alta atual deve continuar até o fim do ano, mas isso não preocupa a companhia caso ela seja bem sucedida em algum leilão, pois deve demorar até que o governo lance os editais, ocorra o certame e haja a necessidade de realizar desembolsos.

"Qualquer projeto novo no mercado primário (licitação de novas rodovias) não demanda um desembolso 'upfront' (imediato), os investimentos são diluídos em de quatro a cinco anos (...) Por mais que seja bem sucedida, até que a companhia comece a investir vai demorar no mínimo 6 meses", disse Godoy, acrescentando que, no momento em questão, a companhia já deve ter contribuição de receita de novos negócios.

"Vale ressaltar que temos covenants a partir de um nível de 3,5 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda, mas ele pode ser flexibilizado se tivermos uma oportunidade única no mercado secundário (aquisição de concessões já existentes), que demanda desembolso 'upfront'", acrescentou.

Lei dos Caminhoneiros

Em relação à isenção do pagamento de pedágio sobre o eixo suspenso de caminhões vazios em rodovias, prevista pela nova Lei dos Caminhoneiros, a CCR disse esperar obter uma compensação total ou parcial do governo federal ainda neste ano na forma de reequilíbrio financeiro dos contratos de concessão.

As concessionárias de rodovias estaduais e federais do Paraná e Rio de Janeiro controladas da CCR deixaram de cobrar o pedágio relativo aos eixos suspensos, o que tem impactado a receita da companhia. As concessionárias do Estado de São Paulo mantêm a cobrança, conforme decisão da Artesp, agência reguladora do Estado.

A ANTT disse que publicará a regulamentação de medidas a serem aplicadas em rodovias federais para viabilizar a isenção da cobrança de pedágio sobre os eixos suspensos.

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