Por tamara.coimbra

São Paulo - A Polícia Militar usou bombas de gás para tentar conter passageiros que depredaram a Estação Francisco Morato da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O grupo ficou revoltado com a greve que paralisa nesta quarta-feira a operação nessa estação, que é atendida pela Linha 7-Rubi. A circulação nesta linha ocorre apenas entre as estações Barra Funda e Caieiras.

A depredação é visível até mesmo do lado de fora da estação, pois um muro de concreto foi quebrado. Moradores da cidade de Francisco Morato que precisam se deslocar para a capital nesta manhã se concentram em frente à estação. Homens da Tropa de Choque fazem um cordão para isolar a entrada.

Confusão na estação Francisco Morato da CPTM%2C em São PauloReprodução Facebook

Os pontos de ônibus pela cidade, opção que restou aos passageiros que utilizam o transporte público para chegar em São Paulo, também estão lotados. “Tentei pegar ônibus para a Barra Funda, mas o ônibus já chega lotado e eles nem param no ponto”, reclama Juliana Lima, de 22 anos, que trabalha com telemarketing. Ela precisa chegar no largo São Bento, região central de São Paulo.

“Eu tentei passar pelo escadão para sair na estação, mas enquanto tentava descer, todos tentavam subir. Os seguranças estavam dando choque em todo mundo, e todo mundo estava quebrando tudo. Quando eu consegui sair, eles jogaram bombas de gás”, conta Juliana.

Além da Linha 7-Rubi, opera parcialmente a Linha 11-Coral, entre Luz e Guaianazes. Estão completamente paradas as linhas 10-Turquesa, que liga a capital a cidade de Rio Grande da Serra, e a 12-Safira, que liga a zona leste ao centro. A greve não afeta as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. Esses empregados são representados pelo Sindicado dos Trabalhadores da Zona Sorocabana, que não aderiu à paralisação.

Na reunião de conciliação desta terça-feira, na Sede do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, a CPTM manteve as duas propostas de reajuste aos ferroviários: a de aumento de 8,25% nos salários e benefícios e a elevação de 10% nos benefícios, um aumento salarial igual à inflação dos últimos 12 meses até março (6,65%), somado 1% de produtividade. Dois dos três sindicatos que representam a categoria (Ferroviários de São Paulo e dos Ferroviários da Central do Brasil) decidiram por deflagar a greve.

Em nota, a CPTM considerou irresponsável a decisão dos sindicatos. “A decisão vai contra a recomendação da justiça de continuar as negociações sem paralisação dos serviços até o próximo dia 11 de junho, quando haverá nova reunião no TRT – Tribunal Regional do Trabalho. Embora respeite o direito de greve, a CPTM ressalta que a paralisação do sistema prejudicará quase 3 milhões de usuários que utilizam diariamente a rede da CPTM”, informou.

A CPTM lamentou a paralisação e informou que está tomando as medidas cabíveis em relação ao descumprimento da liminar do Tribunal Regional do Trabalho, que determina que 90% dos maquinistas trabalhem no horário de pico e que 70% dos empregados das demais atividades também trabalhem nesse horário.

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