São Paulo - A Polícia Federal identificou o pagamento de R$ 3 milhões ao Instituto Lula e outros R$ 1,5 milhão à LILS Palestras Eventos e Publicidade, empresa do ex-presidente Lula, pela construtora Camargo Corrêa, umas das empresas investigadas no escândalo da Petrobras. As informações foram divulgadas nesta terça-feira pelo Jornal Nacional.
Em 2001 e 2013, o Instituto Lula recebeu R$ 2 milhões a título de contribuições e doações. No mesmo período, a empreiteira informou à Receita que pagou R$ 1,5 milhão a LILS Palestras, Eventos e Publicidade. Em julho de 2012, a Camargo Corrêa doou mais R$ 1 milhão ao instituto, como bônus eleitorais.
De acordo com o relatório, a Camargo Corrêa repassou ainda R$ 67 milhões a duas empresas que pertencem ao ex-consultor da Setal e um dos delatores da Lava Jato Júlio Camargo.
Em nota divulgada em seu site, o Instituto Lula explicou que "os valores citados" foram doados "para manutenção e desenvolvimento de atividades institucionais, conforme objeto social do seu estatuto".
"Os valores citados no seu contato foram doados para o Instituto Lula para a manutenção e desenvolvimento de atividades institucionais, conforme objeto social do seu estatuto, que estabelece, entre outras finalidades, o estudo e compartilhamento de políticas públicas dedicadas à erradicação da pobreza e da fome no mundo. Os três pagamentos para a LILS são referentes a quatro palestras feitas pelo ex-presidente, todas elas eventos públicos e com seus respectivos contratos. O Instituto Lula não prestou nenhum serviço eleitoral, tampouco emite bônus eleitorais, o que é uma prerrogativa de partidos políticos, portanto deve ser algum equívoco. Essas doações e pagamentos foram devidamente contabilizados, declarados e recolhidos os impostos devidos. As doações ao Instituto Lula e as palestras do ex-presidente não têm nenhuma relação com contratos da Petrobrás", diz nota.
A Camargo Corrêa afirmou que as contribuições ao Instituto Lula referem-se ao apoio institucional e ao patrocínio de palestras do ex-presidente ao exterior. A construtura declarou ainda que está colaborando com as autoridades.
