Belo Horizonte - O compositor e músico Fernando Brant morreu na última sexta-feira à noite, em Belo Horizonte, aos 68 anos. O músico, que foi um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, morreu após sofrer complicações em uma cirurgia de transplante de fígado no Hospital das Clínicas. O enterro será neste sábado.
Nascido no município de Caldas-MG, é conhecido especialmente por sua parceria de composição com Milton Nascimento, que começou na década de 60, com o Clube da Esquina, que procurou inovar na música, misturando elementos de bossa nova, jazz, rock, música folclórica mineira, música erudita e hispânica. Também participaram do Clube da Esquina os músicos Lô Borges, Wagner Tiso, Márcio Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga.
Considerado principal letrista de Milton, Fernando Brant teve mais de 200 canções gravadas. Travessia, Maria, Maria, Planeta blue, Promessas do sol, O vendedor de sonhos, Canção da América, Saudade dos aviões da Panair (Conversando no Bar), Encontros e despedidas, Nos bailes da vida e San Vicente são algumas das mais conhecidas.
A parceria com Milton Nascimento em Travessia, sua primeira composição, lhe rendeu o segundo lugar no II Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro.
Fernando Brant compôs mais de trezentas canções com vários parceiros e foi gravado por diversos cantores, entre eles Elis Regina e Maria Rita. Criou roteiros e letras para teatros, trilhas de filmes, novelas e balés. Foi parceiro de Tavinho Moura no musical brasileiro Fogueira do Divino, para o qual compôs mais de 10 canções.
Em nota, a presidenta Dilma Roussef lamentou a música do do compositor. Confira o documento na íntegra:
É com tristeza que recebi a notícia da morte do jornalista, poeta e músico Fernando Brant. Minas Gerais e o Brasil perdem um dos seus grandes talentos, um dos seus mais extraordinários letristas. O Clube da Esquina está de luto e a nossa música, mais triste.
Quero deixar meus sentimentos aos familiares, amigos e fãs da música e da poesia de Fernando Brant, lembrando um dos seus mais conhecidos versos: "Com a roupa encharcada e a alma/ Repleta de chão/ Todo artista tem de ir aonde o povo está”.
Fernando cantou a nossa geração, o nosso povo e os nossos sonhos.
Com informações da Agência Brasil