Por victor.duarte

Brasília - A organização não-governamental Greenpeace criticou, nesta terça-feira, os termos do compromisso assumido pelo governo brasileiro, em acordo bilateral com os Estados Unidos, para acabar com o desmatamento ilegal de florestas e mitigar as causas das mudanças no clima. O documento informa que o Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Não foi definido, no entanto, um prazo para zerar o desmatamento.

“É inaceitável que o compromisso mais ambicioso que Dilma assume para proteção das florestas e combate às mudanças climáticas seja tentar cumprir a lei. Mas foi exatamente isso o que ela fez em aguardada reunião com o presidente Barack Obama nesta terça pela manhã, em Washington: prometeu fazer o possível para combater o desmatamento ilegal no Brasil, sem dar prazo ou garantia concreta”, diz a nota do Greenpeace.

'Governo abriu mão de combater o desmatamento', diz GreenpeaceTomaz Silva / Agência Brasil

“Dilma também prometeu restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, mas isso é cerca de metade do exigido pelo atual Código Florestal para zerar nosso passivo ambiental”, acrescenta a nota.

Para o Greenpeace, o governo brasileiro, em vez de defender o desmatamento zero, propõe desmatamento ilegal zero ou o desmatamento líquido zero, o que abriria grande margem aos desmatadores. Enquanto dezenas de governos se comprometeram a zerar suas perdas florestais até 2030, como consta na Declaração de Nova York sobre Florestas, no ano passado – que o governo brasileiro se recusou a assinar –, a ONG ressalta ser "vergonhoso que o nível do debate e do compromisso no país ainda sejam tão baixos”.

No acordo assinado hoje pelos dois países, os presidentes destacaram que vão trabalhar em cooperação na geração de energia nuclear segura e sustentável, além de reconhecer a necessidade de acelerar o emprego de energia renovável para ajudar a mover as economias.

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