Por victor.duarte

São Paulo - A Defensoria Pública do Estado de São Paulo entrou com pedido na Justiça para que funcionários de uma unidade da Fundação Casa sejam afastados de suas funções. Os profissionais são acusados de agredir internos após uma rebelião ocorrida no último dia 9 de junho.

Segundo denúncias recebidas pela Defensoria no dia seguinte ao tumulto, as agressões ocorreram no Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente Cedro, localizado no Complexo Raposo Tavares, na zona oeste paulistana, com capacidade para receber 122 internos.

Internos mostram marcas de supostas agressões de funcionários da Fundação Casa após rebeliãoDivulgação / Defensoria Pública

De acordo com as denúncias, os adolescentes foram violentamente agredidos por funcionários com objetos como cintos, cabos de vassoura, cassetetes e até cadeiras. Alguns teriam precisado ser levados para um pronto-socorro, e a sala de revistas da unidade, onde as agressões supostamente ocorreram, precisou ser limpa devido ao sangue espalhado pelo chão e pelas paredes.

Defensoras públicas visitaram a unidade em ao menos duas ocasiões – 11 e 19 de junho – e constataram ferimentos em vários dos internos, como cortes nas costas, pernas e rosto. As agressões teriam ocorrido após a rebelião como forma de intimidar os adolescentes envolvidos.

Em nota, a assessoria da Fundação Casa afirmou "que a instituição não tolera qualquer tipo de desrespeito aos direitos humanos dos adolescentes atendidos em seus centros socioeducativos, bem como não compactua com eventuais práticas de maus-tratos".

"Se houver indícios de falta administrativa e sua autoria, a Corregedoria instaurará processos administrativos que poderão culminar com a demissão por justa causa dos funcionários eventualmente envolvidos", diz o texto. O Ministério Público do Estado abriu ação para averiguar as suspeitas.

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