Por felipe.martins

Rio - Em meio à euforia de militantes, o senador Aécio Neves disse ontem, ao ser reconduzido à presidência do PSDB, que a presidenta Dilma Rousseff não completará seu mandato. Aécio, que entrou ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na convenção nacional do partido, em Brasília, não poupou críticas à adversária de 2014.

“Perdi a eleição para uma organização criminosa. Ao fim do governo Dilma, que não sei quando terminará, talvez mais breve do que muitos imaginam, os brasileiros estarão mais pobres.”

Aécio chegou à convenção ao lado de Fernando Henrique CardosoOrlando Brito

Sua passagem pela convenção abafou a do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que também quer a vaga para 2018. Ao bater forte no PT, o senador mineiro afaga a corrente que prega o impeachment de Dilma. “Esse grupo político que está aí caminha a passos largos para a interrupção do seu mandato”, previu. “Mas não cabe ao PSDB, não somos golpistas. Será pelas inúmeras frentes que a presidente criou, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, fraudando as contas, utilizando, segundo delatores, de dinheiro de propina na campanha.”

O senador pediu a união do partido — São Paulo, por exemplo, já lançou a candidatura Alckmin. Para ele, a administração federal está aparelhada, “e a corrupção, endêmica.” Fernando Henrique Cardoso, que sinalizou seu apoio à candidatura Aécio mantendo-se a seu lado, disse que o PSDB está pronto para voltar a governar. “Queremos o Brasil outra vez confiante. Não somos donos do que vai acontecer nas próximas semanas, mas estamos prontos para assumir. O PSDB sabe governar”, afirmou.

FH voltou a dizer que nunca se roubou tanto neste país. E, numa referência ao golpe militar de 1964, que teve apoio dos EUA, disse que o Brasil não precisa de alianças externas para resolver seu problema. “Temos força, como brasileiros e brasileiras, de reconstruir o Brasil.”

Presidenta encontra Brics

Depois dos Estados Unidos, onde esteve semana passada, chegou a vez da Rússia. Para uma nova rodada de encontros com os países que formam os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a presidenta Dilma Roussef viaja esta semana para Moscou, dando sequência à estratégia de se distanciar da crise, aparentar normalidade e amealhar apoio externo entre seus aliados.

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