Por karilayn.areias

Brasília - O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta sexta-feira nova prisão preventiva para o presidente da Odebrecht S.A, Marcelo Odebrech, e mais quatro acusados. Segundo o despacho de Moro, documentos do governo suíço indicam que Odebrecht controlava e alimentava contas secretas no exterior mantidas por dirigentes da Petrobras.

Marcelo Odebrecht anuncia investimento de até R%24 40 bilhões durante evento econômico em SP (2014)Reprodução You Tube

Moro disse que anotações encontradas no celular de Marcelo Odebrecht fazem referências a supostas manipulações nos trabalhos de investigação da Polícia Federal e da Justiça Federal, e determinou um prazo para que a Odebrecht se manifestasse e explicasse o conteúdo das anotações até quinta-feira. A defesa recorreu e pediu para ampliar o prazo.

Prisões

Em junho, os executivos da Odebrecht foram presos na decima quarta fase da Lava Jato, chamada Erga Omnes, uma expressão usada no meio jurídico para indicar que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos. É uma referência ao fato de as investigações atingirem as duas maiores empreiteiras do país, Odebrecht e Andrade Gutierrez que, até então, não haviam sido alvo da Lava Jato.

As investigações que resultaram na 14ª fase da Operação Lava Jato revelam que as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam o cartel de empreiteiras que superfaturavam contratos da Petrobras. Os presidentes das duas construtoras Marcelo Odebrecht e Otávio Marques Azevedo foram presos.

Executivos deverão ser transferidos hoje para presídio

O juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, atendeu ao pedido da Polícia Federal e determinou ontem a transferência dos executivos da Andrade Gutierrez e da Odebrecht da carceragem da Polícia Federal para um presídio comum, o Complexo Médico Penal, em Pinhais, no Paraná. Esse presídio já tem uma ala específica que tem recebido os presos da Operação Lava Jato, separados dos presos comuns.

Com isso, serão transferidos para o presídio os presidentes das empreiteiras, Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, além dos funcionários e ex-funcionários Alexandrino de Alencar, César Ramos Rocha, Elton Negrão de Azevedo Júnior, João Antônio Bernardi Filho, Márcio Faria da Silva e Rogério Santos de Araújo. Todos eles estão presos preventivamente desde 19 de junho. A transferência deve ocorrer a partir de hoje . 

“De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos”, argumentou Moro, no despacho de transferência.

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