Por thiago.antunes

Brasília - A presidente Dilma Rousseff se reuniu no Palácio da Alvorada, neste sábado, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para informar que enviará ao Senado a recondução do procurador ao cargo por mais dois anos.

“A escolha da presidenta Dilma Rousseff acolhe, novamente, posicionamento da maioria dos membros do Ministério Público Federal, assegurando assim, de fato, a autonomia estabelecida na Constituição de 1988 a esta importante instituição da República”, anunciou o Ministério da Justiça, por meio de nota.

O Ministério Público Federal, com Janot à frente, e a Polícia Federal vêm conduzindo a operação Lava Jato que investiga o maior escândalo de corrupção da história do país, envolvendo políticos, partidos e empresas públicas e privadas.

Por conta disso, o procurador-geral tem sido alvo constante de críticas, incluindo dos políticos investigados, o que levou a especulações de que Dilma poderia indicar outro nome para o cargo. Segundo Cardozo, Dilma aproveitou o encontro deste sábado para reforçar sua postura de respeito à autonomia do Ministério Público e por isso decidiu indicar Janot, que encabeça a lista tríplice apresentada à presidente pela Associação Nacional dos Procuradores da República.

"Justamente porque (a presidente) entende que o Ministério Público tem o legítimo direito de indicar a pessoa que deve conduzir", disse o ministro após o encontro. Sobre críticas a Janot por investigados na operação Lava Jato, Cardozo disse que "o governo pensa que o Ministério Público deve atuar com autonomia".

Na véspera, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), já havia adiantado que Dilma indicaria Janot para a recondução ao cargo. Na avaliação de Jucá e outros dois senadores ouvidos pela Reuters, o clima na Casa é favorável à aprovação do nome de Janot.

Na quinta-feira passada, Janot foi o candidato mais votado do Ministério Público Federal para continuar no cargo de procurador-geral pelos próximos dois anos. Ele obteve 799 votos, contra 462 do segundo colocado, o subprocurador Mario Bonsaglia. Com a escolha de Janot, a presidenta Dilma mantém a tradição de avalizar o candidato preferido dos procuradores do MPF.

Janot deve encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF), a partir do próximo dia 17, as primeiras denúncias contra políticos investigados por suspeitas de participação no esquema de corrupção da Petrobras.

A defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de investigação no Supremo e desafeto do Palácio do Planalto, acusou Janot de sonegar informações que constam em seu inquérito.

“O governo pensa que a Constituição Federal garantiu a liberdade investigatória àqueles que devem atuar nessa área. Evidente que não podemos jamais condenar pessoas sem que seja assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa, também garantidos na Constituição”, afirmou o ministro Cardozo, ao anunciar o nome de Janot.

Com informações da Reuters

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