Por fernanda.macedo

Brasília - Integrantes do Movimento Resistência Popular (MRP) ocuparam na madrugada desta segunda-feira o Hotel Saint Peter, em Brasília. O hotel estava fechado desde março, devido a uma ordem de despejo. A liderança do movimento, que luta pelo direito à moradia, estima que cerca de 400 famílias estejam instaladas em sete andares do prédio.

Antes de invadir o hotel, o grupo passou mais de dois meses acampado no estacionamento da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal. Eles foram retirados do local no último sábado. “Nosso objetivo é moradia. Queremos casa e, enquanto não sairem essas casas, queremos uma solução provisória que é um auxílio aluguel. Se o governo não tem dinheiro para pagar o auxílio, que ceda uma área provisória para nós”, disse um dos líderes do MRP, Edson Silva. A intenção, segundo ele, é permanecer no hotel até que as reivindicações sejam atendidas.

Cerca de 400 famílias estão instaladas em sete andares do prédio, localizado no centro da capital federalAgência Brasil

Silva explicou que algumas famílias que integram o movimento receberam o auxílio-aluguel pelo tempo limite de 12 meses e, então, tiveram o pagamento suspenso. Agora pedem a prorrogação do pagamento do benefício até que consigam moradia. Outras famílias querem fazer o cadastro para receber o benefício.

Os manifestantes, entre eles famílias com crianças, se instalaram nos quartos do hotel e vários estão na recepção do prédio. A Polícia Militar está na frente do imóvel e monitora a movimentação. Advogados da Alpha Empreendimentos e Administração de Imóveis, que representa parte dos proprietários, também estavam no local e informaram que vão entrar na Justiça com pedido de reintegração de posse.

O subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular do Distrito Federal, Acilino Ribeiro, conversou com as lideranças do movimento pela manhã e disse que o governo vai manter o diálogo com os manifestantes. Segundo ele, os representantes do movimento solicitaram reunião com representantes dos órgãos relacionados ao tema, como a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) e a Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social. O pedido será levado ao secretário de Habitação do Distrito Federal.

O subsecretário disse que espera um entendimento entre o governo e o movimento para que eles desocupem o imóvel até o fim do dia. Acilino explicou que, apesar da ocupação ocorrer em uma propriedade privada, envolve uma reivindicação de ordem pública e, por isso, o governo tomou parte nas negociações. “Esperamos que o entendimento seja encontrado até o fim da tarde para que eles possam desocupar o hotel e que possamos também encontrar uma solução para atender a demanda deles”, disse.

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