Por gabriela.mattos

Brasília - O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, negou nesta segunda-feira que seu partido, o PMDB, esteja conversando com o PSDB sobre um hipotético governo de Michel Temer, caso haja o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. “Hoje, o Michel [vice-presidente] fez um discurso para empresários na linha de que as dificuldades vão ser superadas pelo governo Dilma Rousseff. Não há essa hipótese de governo Michel Temer”.

PMDB descarta entendimento com PSDB sobre apoio ao vice-presidente, Michel TemerElza Fiúza/Agência Brasil

Sobre a notícia de conversas entre o PMDB e o PSDB, o ministro Henrique Alves ressaltou que é até desrespeitoso com o vice-presidente Michel Temer. “Não há possibilidade de conversar com o PSDB, em hipótese alguma, sobre um governo Michel Temer. Michel vai cumprir seu dever constitucional, vai ajudar o governo a superar a crise. O PMDB é governo, é leal ao governo”.

Henrique Alves está em Moscou com outros ministros e o vice-presidente, cumprindo uma agenda empresarial e política.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, destacou que um hipotético impeachment da presidenta Dilma “sem base constitucional, é golpe”. “Se não houver base legal, não vejo como formular um impeachment político”, disse Braga.

Os ministros peemedebistas da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, e da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, também negaram saber de conversas entre seu partido e o PSDB.

Sobre o corte de despesas, o ministro Henrique Eduardo Alves disse ser favorável. “Sou a favor do que for necessário mesmo que toque no meu ministério. É hora de cada um dar sua contribuição”. Ele afirmou não ter receio de que sua pasta desapareça na reforma ministerial, porque o setor é importante para a economia. “Nós temos a Olimpíada [do Rio de Janeiro em 2016] a consagrar o Brasil, estamos com o dólar e o euro valorizadíssimos, o que é bom para quem visita o país”.

Segundo a assessoria da vice-presidência, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ligou hoje para Michel Temer a fim de falar sobre o anúncio dos cortes de despesas.

Para o ministro Eduardo Braga, os cortes no Orçamento são inevitáveis. “Não tem jeito, é o caminho. Acho que tem que anunciar cortes e novas receitas. O Brasil precisa equilibrar o Orçamento do ponto de vista fiscal”, destacou Braga.

O ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, informou não ter notícia sobre corte de sua pasta na reforma ministerial. “Até o momento, não há informação neste sentido. Estamos trabalhando para diminuir os custos do ministério, para que possamos colaborar com a redução de gastos. Em momento algum tratei ou trataram comigo sobre qualquer assunto que diga respeito à mudança na estrutura governamental. Na minha área, presumo que é preciso aperfeiçoar os controles no que diz respeito ao pagamento do seguro defeso aos pescadores”.

Para Edinho Araújo, o governo tem que dar o exemplo com os cortes. Sobre a permanência da sua pasta na futura reforma ministerial, o ministério dos Portos disse acreditar que a área de portos “é importante no mundo inteiro e no Brasil não é diferente”. “A presidenta tem a visão e aí não me cabe opinar sobre permanência ou não, incorporação ou não de secretarias e ministérios. Eu considero o setor importante”.

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