Rio - O inquérito que investigava a suposta participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão do PT será arquivado, a pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal. O procurador Frederico Paiva, do Núcleo de Combate à Corrupção, tomou a decisão porque a investigação policial, aberta em 2013, não encontrou provas de que o petista tivesse envolvimento no caso.
A apuração foi instaurada depois que o publicitário Marcos Valério, condenado a 40 anos de prisão na Ação Penal 470 por ter sido considerado operador do mensalão, afirmou que Lula era beneficiado com o esquema, em depoimento dado em 2012. Ele contou, na época, que um repasse de US$ 7 milhões teria sido feito de uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, para conta do PT no exterior.
Segundo o depoimento, a operação teria sido negociada na presença do ex-presidente Lula, dos ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) e do então presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta. Lula, Palocci e Horta sempre negaram a versão do empresário Marcos Valério.
Dois inquéritos foram iniciados a partir do depoimento, um civil e um policial. De acordo com a assessoria do Ministério Público Federal (MPF), a decisão do arquivamento foi tomada uma vez que não foi possível provar o depoimento de Valério.
Os processos seguem aguardando homologação do arquivamento. O civil está na 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, e o policial, na 10ª Vara da Justiça Federal, no DF.