Por gabriela.mattos

Itália - O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato já foi entregue aos policiais federais brasileiros pela polícia italiana e aguarda o embarque de volta ao Brasil no Aeroporto de Malpensa, em Milão. Sua chegada ao Aeroporto de Guarulhos está prevista para esta sexta-feira, no início da manhã.

Em seguida, ele será transferido para Brasília. Após exames no Instituto Médico Legal, Pizzolato será conduzido à Penitenciária da Papuda, onde cumprirá pena.

Henrique Pizzolato já está com Polícia Federal e aguarda voo de volta ao BrasilReprodução Internet

Durante a viagem da Itália para o Brasil, ele será escoltado por três policiais federais e uma médica. Na capital federal, ele cumprirá a pena determinada no julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão.

O ex-diretor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro e peculato, mas, por ter dupla cidadania, fugiu para a Itália em setembro de 2013, antes do fim do julgamento. Ele foi preso em fevereiro do ano passado em Maranello.

No dia 6 de outubro, a Corte Europeia de Direitos Humanos rejeitou a última tentativa de recurso de Pizzolato contra sua extradição para o Brasil.

No recurso protocolado na corte, a defesa de Pizzolato, como nas demais ações contra a extradição, voltou a alegar que os direitos humanos não são respeitados nos presídios brasileiros. O argumento foi usado pela defesa para pedir que o ex-diretor do Banco do Brasil continuasse na Itália.

O ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, decidiu adiar por duas semanas a entrega de Henrique Pizzolato às autoridades brasileiras, anteriormente prevista para o dia 7 deste mês.

FUGA DE CINEMA

A fuga do ex-executivo foi digna de cinema. Ele foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. Mas, em setembro de 2013, antes mesmo da conclusão do julgamento, para escapar à prisão, ele percorreu 1,3 mil quilômetros de carro, de Santa Catarina até a capital argentina, Buenos Aires. De lá, usando documentos de um irmão morto, embarcou num avião com destino a Barcelona, na Espanha, e depois seguiu para a Itália.

Em fevereiro de 2014, com 12 mil euros no bolso, ele acabou preso em Maranello, cidade famosa por abrigar a fábrica e museu da Ferrari. Pizzolato estava na casa de um sobrinho junto com a mulher. Com novo visual, sem barba e novo penteado, chegou a negar quem era. Mas depois não ofereceu resistência.

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