Brasília - Quatorze suspeitos de participar de uma quadrilha especializada em fraudar concursos públicos foram presos nesta quinta-feira pela Polícia Federal, durante a Operação Afronta. As prisões foram no Rio, São Paulo, Paraná, Alagoas e Rondônia. Os concursos alvos do bando eram para várias áreas do serviço público, principalmente o Judiciário. De acordo com a PF, entre os suspeitos detidos, dez eram candidatos. Eles pagaram aos criminosos até dez vezes o valor do salário nos cargos que pretendiam ingressar. O chefe da gangue fugiu
A PF investigava a ação da quadrilha há cerca de quatro meses. Segundo o delegado Victor Rodrigues Alves Ferreira, 50 suspeitos estão sendo investigados. Conforme o delegado, o grupo agia há pelo menos quatro anos. Para garantir a aprovação do candidato, a organização criminosa inscrevia alguns de seus integrantes com a missão de entrar na sala de concurso como se fossem fazer a prova. Na verdade, eles só fotografavam as questões por meio de uma microcâmera.
Uma hora depois de iniciado o teste, eles saiam do local e enviavam as questões para outros integrantes, que se encarregavam de enviar as respostas corrigidas aos candidatos. Estes recebiam os dados por meio de pontos eletrônicos, que, segundo o delegado, precisavam de ímãs no momento da retirada.
A descoberta da fraude ocorreu após o Tribunal Regional Federal da 3ª Região suspeitar da semelhança do texto discursivo da prova de candidatos da cidade de Sorocaba, que disputaram vagas para os cargos de analista judiciário e técnico judiciário.
Foram apreendidos diversos celulares, pontos eletrônicos e ainda cartão de crédito falso para esconder celular. Segundo a PF, integrantes do grupo colocavam o cartão no bolso da camisa para parecer ser um conjunto de cartões, só que dentro está o celular escondido. O delegado descartou a participação de organizadores de concursos e funcionários de tribunais.