Por bianca.lobianco

São Paulo - O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, voltou ao Brasil em um voo da TAM que aterrissou no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, por volta das 6h14 desta sexta-feira, após passar dois anos na Itália, para onde fugiu com um passaporte falso. Pizzolato saiu de Milão na noite desta quinta-feira.

Na capital paulista, ele fez os procedimentos de registro de entrada no país. O ex-diretor do BB foi vaiado ao ser reconhecido por outros passageiros no Aeroporto de Guarulhos. Ainda no local, embarcou em um jatinho da Polícia Federal com destino a Brasília, onde cumprirá pena na Penitenciária da Papuda. O condenado chegou em Brasília por volta das 8h42. 

Condenado pelo caso mensalão%2C Henrique Pizzolato chega ao Brasil para cumprir pena Reprodução TV Globo

Durante o voo, Pizzolato ficou sentado na poltrona 40 A, a última da aeronave, ao lado de um banheiro. Ele foi acompanhado por agentes da Polícia Federal brasileira e por uma médica. Antes de chegar ao Brasil, o mensaleiro leu trechos de uma Bíblia que carregava na bagagem. Algumas poltronas ao seu redor foram retiradas para evitar que outras pessoas se sentassem próximo. Passageiros que ficaram sabendo de sua presença no voo chegaram a ensaiar um protesto, porém, sem sucesso.

Pizzolato foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML), na sede da Polícia Civil em Brasília às 9h27 e permaneceu no local durante 30 minutos. Três viaturas da Polícia Federal fizeram a escolta no trajeto do IML à Papuda. O ex-diretor do BB não quis falar com a imprensa.

O ex-diretor do BB não quis falar com a imprensaAgência Brasil

No Complexo Penitenciário da Papuda, Pizzolato ficará recluso em uma cela do Bloco 5 do Centro de Detenção Provisória. Seguindo padrões definidos pela Lei de Execução Penal, as instalações do complexo possuem área mínima de seis metros quadrados. A ala em que Pizzolato ficará é destinada a receber condenados que precisam ficar afastados da maior parte dos presos, como ex-policiais e outras pessoas em situações específicas.

O preso terá a mesma rotina dos demais internos, podendo sair para o banho de sol por duas horas diárias. A realização de atividades laborais poderá ser feita por Henrique Pizzolato conforme suas "aptidões e capacidade", informou a subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe).

Condenado a 12 anos e sete meses de prisão

Pizzolato foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro e peculato, mas, por ter dupla cidadania, fugiu para a Itália em setembro de 2013, antes do fim do julgamento, com um passaporte falso em nome de um irmão morto. O ex-diretor do BB foi o único dos condenados que fugiu. Ele foi preso em fevereiro do ano passado em Maranello, na Itália.

Em outubro de 2014, chegou a ser solto pela Corte de Apelação de Bolonha, que negou sua extradição. No entanto, posteriormente, a Corte de Cassação de Roma e o Ministério da Justiça da Itália confirmaram a expulsão. Seguiu-se uma série de recursos administrativos e na Corte Europeia de Direitos Humanos, mas todos foram negados.

No dia 6 de outubro, a Corte Europeia de Direitos Humanos rejeitou a última tentativa de recurso de Pizzolato contra sua extradição para o Brasil. No recurso protocolado na corte, a defesa, como nas demais ações contra a extradição, voltou a alegar que os direitos humanos não são respeitados nos presídios brasileiros.

O argumento foi usado para que o ex-diretor do BB continuasse na Itália. O ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, decidiu adiar por duas semanas a entrega de Henrique Pizzolato às autoridades brasileiras, anteriormente prevista para o dia 7 deste mês.

Com informações do iG e da Agência Brasil

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