Incêndio na Chapada Diamantina pode ser criminoso, suspeita chefe do parque
Fogo já consumiu aproximadamente entre 15 mil e 30 mil hectares, cerca de 6,5% do total da área de preservação
Por clarissa.sardenberg
Rio - O chefe substituto do Parque Nacional da Chapada Diamantina, César Gonçalves, disse nesta segunda-feira que os sucessivos incêndios que atingem a região desde o dia 26 de outubro são causados pela ação do homem. “Incêndios naturais são causados por tempestades de raios. Não é o caso. Sabemos que a causa é humana”, afirmou, após uma equipe de especialistas avaliar as ocorrências.
Para Gonçalves, as motivações podem ser diversas, como colocar fogo para renovar pastagens ou para diminuir a vegetação e facilitar a caça.
Incêndio que atinge o Parque Nacional da Chapada Diamantina teve início em 26 de outubroReprodução Facebook
Em toda a Chapada Diamantina – região que extrapola os limites do Parque Nacional –, mais de 240 homens estão trabalhando para controlar o fogo, que já consumiu aproximadamente entre 15 mil e 30 mil hectares, segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) da Bahia. Os incêndios florestais sucessivos já afetaram os municípios de Lençóis, Palmeiras, Mucugê, Ibicoara, Jacobina, Jaborandi e Andaraí.
O Parque Nacional da Chapada Diamantina é uma área de preservação ambiental e turismo ecológico, que conta com uma área de 152.000 hectares. De acordo com Gonçalves, aproximadamente 10 mil hectares já foram queimados, o que equivale a 6,5% da área do Parque.
Ele disse, em entrevista à Agência Brasil, que a região normalmente tem temporadas de queimadas no período entre julho e novembro. No entanto, a intensidade dos incêndios está mais alta este ano, devido ao fenômeno do El Niño, “que é o mais forte registrado na história”, afirmou o chefe substituto do PNCD. O fenômeno, que tem causado forte seca na região nordeste, dificulta o combate ao fogo.
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Reforços estão sendo enviados para ajudar na tarefa. Sábado passado (21), 47 bombeiros de Brasília chegaram ao local. No último domingo, 40 homens da Defesa Nacional também se juntaram à força-tarefa, que conta com bombeiros militares, brigadistas voluntários, técnicos da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia, além da colaboração da Força Aérea Brasileira, do Exército e da Defesa Nacional.
A visitação no Parque Nacional, como um todo, não está interrompida. Apenas as trilhas Pai Inácio-Águas Claras; Pai Inácio-Barro Branco e Conceição dos Gatos-Águas Claras estão em áreas de incêndios.