Por bferreira
Minas Gerais - Enquanto a tragédia que marcou Minas Gerais parece não ter fim, a solidariedade de cariocas também rompe fronteiras: seja por pequenas contribuições ou verdadeiras caravanas, moradores da Região Metropolitana põem o pé na estrada para levar a solidariedade ao estado vizinho.
Enxurrada de lama devastou Rio Doce em Bento Rodrigues e Mariana%2C em Minas Gerais%2C e mudou a cor da água em Regência%2C no Espírito Santo%2C onde o rio deságua no marCacau Fernandes / Parceiro / Agência O Dia

A estudante Luciana Nogueira, de 30 anos, embarcou à noite para Governador Valadares, umas das cidades mineiras mais atingidas pela tragédia e com crise de abastecimento. Ela foi ajudar na arrecadação de mantimentos, iniciada por um grupo criado no Facebook — Ajuda a Mariana e municípios a jusante —, e que está distribuindo donativos aos moradores da localidade. A ação, que começou no último dia 12 com seis integrantes, já reúne mais de 28 mil contribuintes.

Alimentação para os animais que vivem em áreas rurais (como farelos de trigo e rações para galinhas, porcos, cavalos e gado), água e itens específicos (cama, guarda roupa, sofá, geladeira, fogão, eletrodomésticos) são as atuais solicitações da página “Ajuda para a cidade de Mariana”, que expandiu a colaboração a Barra Longa e Paracatu. Nas publicações, há compartilhamento para arrecadar alimentação para animais rurais, com urgência, e destinar a Mariana. Já os demais pedidos, são para as regiões que foram afetadas mais recentemente.
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A Rodoviária Novo Rio e a viação Útil também participam da mobilização, com postos de arrecadação no terminal interestadual no Santo Cristo.Policiais Militares do Batalhão de Niterói também arrecadaram alimentos e água para as vítimas.
Se as pessoas começam a reconstruir o que perderam na tragédia, o impacto ambiental segue sem solução. Em um laudo divulgado ontem pelo Ibama, só no Espírito Santo, a lama já causou a morte de mais de duas toneladas de peixes do Rio Doce, que desemboca no estado capixaba.
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A substância tóxica também interditou praias do litoral. A Marinha começou o monitoramento no local. O levantamento deve durar, no mínimo, 90 a 120 dias, tempo estimado para a descida do barro oriundo da barragem de Mariana.