Por marlos.mendes
Pezão afirma que Cunha deve deixar Presidência da Câmara para tranquilizar o paísDivulgação

Rio - Integrante da parcela do PMDB contrária ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o governador Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, criticou o comportamento do vice-presidente da República, Michel Temer. Em entrevista ao DIA, Pezão afirmou que “vice é para ter atribuições para ajudar na governabilidade; e não é para conspirar”. Segundo Pezão, a maioria do PMDB da Câmara — cerca 40 do total de 66 deputados federais — é contra o impeachment da presidenta. “Discutir impeachment é um atraso violento. Tem que respeitar o resultado das urnas. A presidenta foi eleita com mais de 50 milhões de votos. Isso aqui não é republiqueta!”, afirmou.

Dizendo ‘adorar’ Michel Temer, o governador aproveitou também para criticar os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, fiéis aliados do vice-presidente. “Adoro o Michel, mas eu não tô achando legal o posicionamento dele nessa questão com a presidenta Dilma. Sinceramente esse trabalho do Moreira Franco e do Eliseu Padilha não ajuda nada o país”, disse.

Pezão também defendeu o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara. Cunha é um dos investigados na Operação Lava Jato. Amanhã, o Conselho de Ética deverá decidir se abre processo para pedir sua cassação por falta de decoro parlamentar. Na terça-feira passada, Cunha anunciou ter aceito o pedido de abertura de impeachment contra Dilma, quando a bancada do PT resolveu votar a favor do andamento do processo contra ele no Conselho de Ética.
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“Ele (Cunha) comandar o processo de impeachment, com a investigação que ele está em cima...Eu acho que tranquilizaria o país, tranquilizaria o parlamento se ele saísse da presidência”, defendeu Pezão. “Ele tem que lutar pelo mandato dele. O presidente do Congresso tem que estar muito isento. Ele é o presidente de todo mundo, de todo o Brasil, ele tem que saber separar e é difícil”, completou o governador.
O governador do Rio se reúne amanhã com a presidenta Dilma Rousseff em Brasília. Ele deverá liderar uma frente de governadores contrária ao impeachment da presidenta. Pezão acredita que cerca de 20 governadores do total de 26 vão apoiar Dilma.
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