PF investiga propina em contratos da Petrobras desde 1997
Desvio de recursos chega a R$ 184 milhões
Por rafael.souza
Brasília - Quanto mais a Petrobras mergulha na camada do pré-sal, mais petróleo extrai das águas profundas. A produção da companhia aumentou 1,8% em novembro, na comparação com o mês anterior. Por outro lado, quanto mais as autoridades federais se aprofundam nas investigações dos negócios da empresa, mais casos de suborno emergem.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal realizaram mais uma operação de combate à corrupção na Petrobras. Doze pessoas foram denunciadas por crimes relacionados a contratos entre a Petrobras e a empresa holandesa SBM Offshore.
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De 1998 a 2012, com o uso de empresas offshore de fachada, houve pagamentos indevidos na Suíça de pelo menos US$ 46 milhões (R$ 184 milhões), relativos aos contratos.
Entre os denunciados, figuras repetidas como os ex-diretores da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, Renato Duque e o ex-gerente-executivo Pedro José Barusco Filho. Os dois primeiros estão presos por conta da Operação Lava-Jato. Barusco fez acordo de delação premiada e cumpre prisão domiciliar.
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Esse novo escândalo, trouxe à cena executivos franceses, britânicos, dinamarqueses e holandeses. Todos engenheiros da SBM Offshore. No total, foram expedidos nove mandados judiciais, sendo cinco de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva, no Rio de Janeiro, Angra dos Reis (RJ) e Curitiba. Segundo nota do MPF, a denúncia abrange, ainda, a contribuição pedida por Renato Duque aos agentes da SBM, no valor de US$ 300 mil, para a campanha presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2010.
A investigação conseguiu recuperar mais de R$ 96 milhões, a maior parte com a cooperação de autoridades suíças. Os denunciados vão responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.