Por fernanda.macedo
São Paulo - Um relatório da Receita Federal aponta que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sua mulher, Cláudia Cruz, e sua filha Danielle Dytz da Cunha teriam um aumento patrimonial incompatível com os rendimentos. A informação é do jornal Folha de S. Paulo e foi publicada na edição desta quinta-feira.

Segundo o levantamento, os valores considerados como "indício de variação patrimonial a descoberto" - que é um crescimento incompatível com a renda - totalizam R$ 1,8 milhão entre 2011 e 2014. O documento não dá mais detalhes sobre o acréscimo no patrimônio da família Cunha. Apenas sinaliza de forma geral que a variação ocorreu com gastos de cartão de crédito. "Os montantes dos indícios apontados estão significativamente influenciados pelos gastos efetuados com cartão de crédito", diz o documento.

Cunha teve aumento patrimonial incompatível com seus rendimentos, diz jornalAgência Brasil

Além de um processo de cassação no Conselho de Ética, Eduardo Cunha também é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido a suposta existência de contas secretas no exterior ligadas ao deputado e sua família. O órgão também apura a suspeita que o presidente da Câmera tenha recebido propina de contratos da Petrobras.

O salário bruto de Eduardo Cunha atualmente é de R$ 33.700. Ele e a esposa também são sócios de empresas que atuam na área de comunicação. Ainda segundo o jornal, o relatório, que foi feito a pedido da Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato e finalizado em 29 de outubro, está sob sigilo e foi realizado pela Diaes (Divisão de Análises Especiais) da Receita Federal.

Procurada pela reportagem do DIA, a assessoria do deputado Eduardo Cunha disse que o presidente da Câmara nega a informação e explicou que os recursos foram levantados em negócios no exterior. Ele informou que não possui patrimônio "a descoberto" e que desconhece o levantamento da Receita Federal. A assessoria também informou que, se houver, o relatório deveria estar sob sigilo.