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Dalera informou que a vistoria poderá ser acompanhada pelos alunos, mas não detalhou como funcionará na prática. “Havendo uma depredação do patrimônio publico é necessária uma investigação. Não partiremos do princípio de que alunos depredaram, mas é necessário haver, legalmente, uma apuração se o patrimônio foi depredado ou furtado."
A reposição das aulas deve começar assim que a unidade for entregue. Os alunos terão de completar o cronograma escolar estabelecidos em 200 dias letivos. Para isso, haverá reposição até mesmo durante os sábados.
Limpeza
Nas duas escolas que estão sendo desocupadas hoje, a madrugada foi de faxina. “Estamos entregando a escola totalmente limpa e organizada, a gente virou a noite limpando tudo. Muita gente nem dormiu”, contou Bárbara dos Santos Oliveira, estudante do 2º ano do Ensino Médio da escola Manoel Ciridião Duarte, onde os alunos permaneceram por 45 dias.
Bárbara espera conseguir manter, após a devolução, os projetos desenvolvidos pelos alunos, como cultivo de plantas no jardim da escola e atividades como palestras, aulas especiais e prática de yoga. “Vamos ver se florescem todas as coisas que a gente tentou implantar aqui, tudo o que agente tentou mudar. Espero que agora a gente consiga fazer uma escola diferente, que nos ensine a viver."
Gabriela Olivieri é estudante do 3º ano do ensino médio na escola Romeu de Moraes, onde a ocupação durou 42 dias. Vestibulanda, a aluna conta que foi beneficiada pelas aulas de professores voluntários de um cursinho pré-vestibular, que ensinaram física e química. “Eu estava sem base nenhuma porque não tive física o ano inteiro e inglês tive meio período. Isso por falta de professor”, disse. Além das aulas preparatórias, os alunos participaram de oficinas, aulas de sociologia, luta e dança. “Aqui a gente aprendeu a viver em sociedade. Para o nosso crescimento, amadurecimento, foi um aprendizado maravilhoso", acrescentou.
Viviane Vernareccia, artista plástica, mora ao lado da escola e tem dois netos matriculados na unidade. Ela apoiou o movimento dos alunos. “Achei que foi positivo, porque eles conseguiram o que estava sendo reivindicado. Se você não dá um grito para mostrar para os outros que realmente está faltando alguma coisa, como é que vão saber? Eu acho que falta muita coisa para a educação”, ressaltou.
Materiais não distribuídos
Os estudantes denunciam a existência nas escolas de materiais didáticos e outros produtos nunca distribuídos aos alunos. Na Manoel Ciridião Duarte violão, havia bolas, uniformes esportivos e papel para provas e trabalhos. “Encontramos tudo isso nos armários e foi uma revolta muito grande. A gente expôs nas redes sociais e fez Boletim de Ocorrência contra a escola”, contou Bárbara.