Por rafael.souza
Brasília - Alvos da Operação Lava Jato, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deram sinais nessa terça-feira, de não terem uma alinhamento automático às propostas da presidente Dilma Rousseff.
Segundo Renan, com o agravamento da crise, o Congresso deve procurar uma "conjunção de esforços". Entre as medidas para superar a crise, citou o projeto que prevê a independência formal do Banco Central, o que, para ele, não pode ser postergado. O projeto encontra forte resistência da presidente.
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Renan também prometeu pautar o projeto de autoria do senador José Serra (PSDB-SP) que retira a obrigação de a Petrobras ter pelo menos 30% de participação nos consórcios criados para exploração do pré-sal.
Presidenta Dilma%2C ao lado de Renan Calheiros e Eduardo Cunha%2C na abertura do Ano LegislativoFabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O peemedebista rebateu a alegação de que é "entreguismo" mudar a participação da petrolífera e disse que a medida pode melhorar o investimento e o ambiente de negócio e recuperar os níveis de produtividade e a confiança na estatal.

O presidente da Câmara, por sua vez, defendeu que a Casa deve contribuir com propostas para superar as crises política e econômica, mesmo que elas divirjam do que o Executivo deseja. "A Câmara, assim como o Senado, deve ter suas propostas para contribuir com a melhoria do ambiente econômico e político, conforme o entendimento predominante do Congresso, embora possa não ser coincidente com o almejado pelo Poder Executivo. Faz parte da democracia", disse.

Cunha voltou a defender a independência do poder Legislativo em relação ao governo federal, um dos motes de sua campanha à presidência da Câmara. Para ele, a Casa cumpriu, em 2015, seu papel de "não apenas legislar propostas do Poder Executivo, mas tratar com a mesma relevância os temas importantes para a sociedade". "A Câmara jamais deixará de repercutir em seus debates e votações a vontade da sociedade brasileira", afirmou.
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O peemedebista ponderou, no entanto, que, embora não seja consenso entre os parlamentares e a sociedade, a Casa "não se furtará" de analisar aumento de impostos.