Por bferreira
Rio - As mensalidades dos planos de saúde individuais e familiares, contratados a partir de 1999, devem ter correção de 8% este ano. O reajuste ficará bem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que nos últimos 12 meses marcou 6,4%. Caso se confirme o percentual, será o quinto ano consecutivo em que o aumento será maior do que o IPCA, medidor oficial do custo de vida no país.
Proprietário de clínica de fisioterapia%2C Hamilton Carvalho de Souza diz que sofre com os planos pelos dois lados%3A como paciente e credenciadoJoão Laet / Agência O Dia

No ano passado, a correção autorizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi de 7,93%, também acima da inflação de 6,5% registrada em 2011. A ANS já concluiu os estudos e deve divulgar nos próximos dias o percentual de reajuste, que atinge cerca de 10 milhões de brasileiros.

Por meio de nota, a ANS explicou que a metodologia para definir o percentual aplicado aos planos de saúde individuais se baseia na média dos percentuais aplicados pelas operadoras aos contratos de planos coletivos. Ou seja: a agência recebe das empresas a informação sobre os percentuais aplicados para os convênios coletivos — definidos após negociação entre operadoras e contratantes. É feita uma média, ponderada pelo número de beneficiários, e o resultado gera o índice dos planos individuais.
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COMPOSIÇÃO DE ITENS
Segundo o comunicado, o índice de reajuste não é um indicador de preços. “É a composição de itens que incluem a variação da frequência de uso de serviços, a incorporação de novas tecnologias e a variação dos custos de saúde, caracterizando-se como um índice de valor”. A metodologia de apuração do percentual divulgado pela ANS não guarda relação com a variação de preços medida pelo IPCA, informa a nota.
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Ainda assim, fontes do governo avaliam se o reajuste poderá se tornar o novo vilão da inflação, após a elevação das passagens de ônibus e dos preços dos alimentos.
Cliente critica elevação das parcelas
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Publicitário e proprietário de uma clínica de fisioterapia, Hamilton Carvalho de Souza, 50 anos, diz que é dependente da mulher num plano de saúde particular. “Eu sofro com os planos de saúde dos dois lados, como paciente e credenciado. Os convênios cobram muito bem, mas não pagam direito”, critica o profissional.
Segundo Hamilton, na minha clínica, o fisioterapeuta ganha R$ 2,72 do plano por meia hora de consulta. Avulso, ele receberia R$60 a hora. “Por isso as clínicas deixam de atender aos pacientes do plano ou então atendem de qualquer jeito, para ganhar na quantidade”, afirma.
Já a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante das 17 maiores operadoras, informou, por meio de nota, que os gastos médico-hospitalares têm crescido muito além da inflação e da renda do consumidor.
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Fontes do governo, que participam das negociações, dizem que as empresas querem aumento de, no mínimo, 10%.
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