Por bferreira

Rio - Como se sabe, o Papa Francisco está entre nós e tudo bem, obrigado. O que isso tem a ver com tecnologia? Em princípio, quase nada. Mas uma coisa é certa: Francisco está em alta nas redes sociais, como seu antecessor nem sonhou — ou nem fez questão. A popularidade do atual chefe da Igreja só se compara à de João Paulo II, que morreu em 2005, depois de 17 anos de papado. Certamente por isso, a próxima Jornada Mundial da Juventude será realizada em Cracóvia, na Polônia, terra de João Paulo II — talvez, até, para canonizar o papa polonês. Ou ninguém estava sabendo disso?

Tudo a ver para quem tem a missão de resgatar uma quantidade considerável de ovelhas que andou se desgarrando da Igreja nas últimas décadas. Ainda mais por aqui, onde seus “concorrentes da fé” sabem usar muito bem os benefícios dos outrora chamados meios de comunicação de massa, hoje conhecidos por mídia, com reforço das redes sociais.

Segunda-feira, pouco antes de 16h, quando desembarcou na Base Aérea do Galeão, o Papa Francisco tinha 491.018 seguidores no Twitter. Nada mal, considerando que ele está à frente do Vaticano há pouco mais de quatro meses. Uma hora depois da chegada, quando iniciava seu percurso pelas ruas do Centro do Rio, já eram 493.252 mil fiéis virtuais. Ontem à noite, já no fechamento desta coluna, o séquito tinha subido para 516.169 tuiteiros da fé católica. E vai subir muito.

Mas esses são os números do perfil dele em português. Como bom papa do Século XXI, Francisco também tem sua versão tuiteira em espanhol. Por lá, são 2,9 milhões de seguidores, e há outros 2,7 milhões na página em inglês. Em italiano, são 910 mil, e por aí vai. O céu é o limite. Com trocadilho.

A popularidade do bom homem também apareceu no Facebook, claro. Somente entre domingo e segunda, a menção a “Francisco” cresceu 74 vezes, sem falar outras referências, como “católico”, “papa” , “juventude” etc.

Curioso é como essas redes sociais podem se tornar uma faca de dois gumes. A mão que afaga é a mesma que apedreja — ou, ao menos, que tenta apedrejar. Daí a enxurrada de convocações para manifestações contra a presença do Papa no país, ou contra os R$ 116 milhões que estão sendo gastos com sua santa visita — sendo R$ 30 milhões somente com segurança. Segurança, aliás, que deve ter sido descarregada totalmente na base do improviso, a julgar pelo incrível engarrafamento que a comitiva papal enfrentou na Presidente Vargas.

Aliás, já que deixamos de lado as divagações sobre redes sociais e caímos na vida real, não deixemos de lembrar que a recepção ao Papa no Palácio Guanabara, segunda à noite, custou ao povo do Rio nada menos que R$ 850 mil, como O DIA revelou sábado passado. E o cardápio previa somente café, água e biscoito... Há ou não alguém pecando aí?

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