Por bferreira

Rio - Pois então o Steve Ballmer pediu pra sair, e não se fala em outra coisa no mundo da tecnologia. Ballmer anunciou que, daqui a um ano, passará adiante seu lugar de número um na Microsoft, depois de 33 anos de empresa e 13 anos de reinado. Ninguém pode negar que é um cara importante, não só porque dirige esse colosso, como conseguiu transformá-lo em apenas mais um elemento na paisagem, perdendo importância gradativamente.

Ballmer deixa a MS. e já vai tardeReprodução

O problema principal de Ballmer & Cia: não perceber que a banda não estava tocando exatamente como eles achavam que deveria. Nesse mesmo erro caíram, cada uma a seu tempo, outras gigantes como Nokia, Motorola, AOL etc etc. E Facebook que se cuide.

Quando o Steve Ballmer assumiu a presidência da Microsoft, em janeiro de 2000, a empresa valia US$ 600 bilhões. Hoje ela vale US$ 270 bilhões. Essa longevidade à frente da empresa, portanto, é um caso a ser estudado.

O gosto americano pelo espetaculoso deve ter ajudado. Ballmer tem um jeito fanfarrão típico do showbiz americano, mas que já está fora de moda no mundo corporativo. Algumas das apresentações de Ballmer são memoráveis, assim como suas análises. Tão logo o iPhone foi lançado, em 2007, ele disse, por exemplo, que não agradaria ao mercado porque não tinha teclado... Uma pena que seu espírito crítico a respeito de celulares não tenha sido útil para o desenvolvimento dos Windows Phones da vida.

Mas circula pela rede uma tese interessante sobre a crise microsoftiana. Diz que a cultura interna da empresa, com 99 mil funcionários em todo o mundo, acabou criando inúmeros times concorrentes entre si. É como se um departamento estivesse sempre a fim de mostrar mais competência que o outro, no fim ninguém se entende, e todos saem perdendo. Cuidado para que isso não aconteça na sua empresa.

A propósito, uma curiosidade à toa: sexta-feira passada, quando Steve Ballmer anunciou que deixará a empresa, os papéis da Microsoft fecharam com 9% de alta. Com isso, a fortuna pessoal do executivo, que tem 333 milhões de ações da gigante, subiu cerca de US$ 1 bilhão, chegando a US$ 17,2 bilhões. Depois perde, mas não deixa de ser interessante.

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