Rio - Quase metade dos clientes de 22 operadoras punidas por excesso de reclamações tem planos de saúde que, de tão denunciados, estão proibidos temporariamente de serem vendidos para novos interessados. O levantamento foi feito pelo portal iG a partir dos dados da ANS. A relação significa que, dos 9,5 milhões de consumidores que essas operadoras possuem, 4,2 milhões — ou 45% — estão em planos que foram alvo de muitas queixas por negarem indevidamente tratamento ou demorarem a marcar consulta.
Apesar do quadro delicado, as operadoras podem continuar a captar clientes por meio de outros planos, ou lançar novos. No dia 30 de agosto, após batalha jurídica, a ANS conseguiu interditar a venda de 246 planos, pertencentes a 26 operadoras. Dessas, 22 são abertas ao público em geral e as outras quatro são fechadas para integrantes de entidades de classe. Juntas, elas detêm 222 planos bloqueados.
GIGANTES NA LISTA
A lista inclui gigantes como a Amil, a maior operadora do país. O grupo é responsável por 126 planos suspensos por excesso de reclamação. Eles foram vendidos a 2,9 milhões de pessoas, ou 48% da carteira de clientes. Outra das grandes, a SulAmérica vendeu planos agora suspensos a 501,5 mil pessoas, ou 27% do 1,8 milhão de beneficiários desse braço do grupo.
Todas as operadoras poderão voltar a vender os produtos daqui a três meses, se a ANS entender que elas já resolveram os problemas.
Operadoras vão recorrer à Justiça
As operadoras vão recorrer novamente à Justiça da suspensão determinada pela ANS. </CW>A SulAmérica ressaltou que, embora o programa de suspensões exista desde 2011, essa é a primeira vez que a empresa é punida, e que os 13 planos representam 1,76% do portfólio da companhia. A Amil não respondeu aos contatos.
A Geap alegou que as suspensões decorreram de queixas feitas antes do início do processo de recuperação a que está submetida.
Reportagem de Vitor Sorano, do iG São Paulo