Rio - A desigualdade de renda entre homens e mulheres cresceu no Brasil no ano passado, apontam dados da Pequisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com os dados, em 2012 o rendimento do trabalho feminino representava em média 72,9% rendimento masculino, ou 0,8 ponto percentual a menos do que os 73,7% registrados em 2011. Em média, eles receberam R$ 1.698 no ano passado e elas, R$ 1.238.
A diferença aumentou porque o rendimento masculino, historicamente maior, cresceu 6,2% de 2011 para 2012, enquanto o das mulheres avançou menos, 5%. Esse cenário se repetiu em três das cinco regiões do País – Norte, Nordeste e Sudeste. Nas outras duas (Centro-Oeste e Sul), a diferença entre homens e mulheres diminuiu.
Sudeste desigual
Com os resultados, o Sudeste passou a ser o lugar do País onde a desigualdade de renda entre sexos é a maior: em média, as mulheres que moram em Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro ganhavam, em 2012, 68,8% do que os homens recebiam.
Os dados da PNAD 2012 também mostram que as mulheres, embora representem 43% da População Economicamente Ativa (PEA), são a maioria (57,8%) entre os desempregados.
No geral, a taxa de desocupação, como é formalmente chamada, recuou 0,8 ponto percentual, de 6,7% para 6,1%. Esse resultado, entretanto, decorre não só do aumento do emprego, mas também da diminuição no número de pessoas que estavam à procura de trabalho.
1% versus 10%
Outro fosso que cresceu no ano passado é a que divide os muito ricos dos muito pobres. O rendimento médio mensal de quem está entre o 1% mais bem remunerado do País foi 87 vezes maior do que os rendimentos de quem está entre os 10% mais mal remunerados. Em 2011, essa diferença era menor: 84 vezes.
Isso também ocorreu porque, embora todo mundo tenha ampliado sua renda de trabalho, para os mais pobres esse aumento teve uma velocidade menor. Os 10% com rendimentos mais baixos recebiam R$ 215 em 2012, alta de 6,4% ante os R$ 202 em 2011. Já para o 1% mais rico, a alta foi de 10,8%, de R$ 17.048 para R$ 18.899.
As informações são do repórter Vitor Sorano