Rio - As empresas Oi e Portugal Telecom (PT) anunciaram ontem a assinatura de um acordo de fusão. As ações da nova companhia, chamada de CorpCo, serão listadas nas bolsas brasileira, europeia e de Nova York. A operação, segundo fato relevante divulgado pela Oi, “combinará os negócios desenvolvidos pela Oi no Brasil e pela Portugal Telecom em Portugal e na África”.
Como parte da operação, a Oi receberá um aporte de capital mínimo de R$ 13,1 bilhões, com o objetivo de alcançar R$ 14,1 bilhões. Trata-se de uma fusão por incorporação da Portugal Telecom pela nova empresa. Segundo as companhias, o acordo vai criar uma operadora multinacional com atividades envolvendo uma população de 260 milhões de pessoas e mais de 100 milhões de clientes.
A Oi detém hoje 41,2% do mercado brasileiro de telefonia fixa, a maior fatia entre as operadoras. Na telefonia celular, a empresa aparece em segundo lugar, com 18,7% do mercado. Na banda larga, a fatia da companhia corresponde a 29,2% do total e, na TV por assinatura, a 5,2%.
Zeinal Bava, que foi executivo-chefe da PT de 2008 a 2013 e que assumiu o cargo de diretor-presidente da Oi em junho, terá o mesmo cargo na CorpCo e suas subsidiárias. Após o anúncio, Bava afirmou que o objetivo da operação é criar operador “que fala português e abrange vários países do mundo”.
A união deve criar sinergias operacionais e financeiras de cerca de R$ 5,5 bilhões. “A combinação dos grupos pretende alcançar significativas economias de escala, maximizar sinergias operacionais e criar valor para seus acionistas, clientes e empregados”, informou comunicado.
As marcas comerciais das operações da Oi e da Portugal Telecom serão mantidas nas respectivas regiões de atuação.
“Empresa brasileira”
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que, mesmo com a fusão entre a Portugal Telecom e a Oi, a maior parte do capital da empresa será brasileira, e que, até o momento, não vê “nenhum tipo de problema” no acordo.
“A maior parte do capital será brasileira, se somarmos as participações do BNDES mais fundos de pensão e investidores privados”, disse o ministro, assegurando que ainda vai examinar e avaliar melhor o que foi anunciado no fato relevante das duas empresas.
Há alguns anos, o governo incentivou mudança nas regras do setor, com o objetivo de criar uma empresa nacional de grande porte e ampliar a concorrência do setor no país.
Vasconcellos elogia acordo das empresas
Presidente do Grupo Ongoing, Nuno Vasconcellos destacou a operação entre as duas empresas: “A PT e a Oi, juntas, têm o conhecimento e a dimensão para serem um player no mercado global, o maior operador de telecomunicações de língua portuguesa. O grupo Ongoing investiu, reforçou, apostou muito forte na criação de um operador global de telecomunicações, capaz de encarar o grande mercado mundial da língua portuguesa como um todo. Esta operação mostra que esta visão faz sentido e que temos aqui, não um final, mas sim o início de um caminho”.