Rio - Esta semana comemoramos 10 anos do Estatuto do Idoso, com muitas vitórias e decepções. O acesso gratuito ao transporte público e o pagamento de meia entrada nos espetáculos culturais se tornaram realidade. Já todo o resto ou não saiu do papel ou não decolou para valer.
Os centros públicos de atendimento ao idoso vivem lotados. A delegacia especializada só funciona no horário comercial. Na rede oficial de saúde, o idoso ainda tem que acordar de madrugada para disputar lugar nas filas. Planos de saúde continuam a tripudiar em cima dos mais velhos, aumentando exageradamente as mensalidades, ou negando procedimentos indispensáveis.
Com o aumento da expectativa de vida, o brasileiro já vive mais de 73 anos. Toda essa situação tende a se agravar enquanto políticas de inclusão não funcionarem bem. Hoje, parte expressiva dos idosos está abandonada pelo Estado e pela família, tratada, muita vezes, como um encosto social.
Quando o idoso tem uma aposentadoria, sua renda costuma ser menor que seus gastos e fica à mercê dos empréstimos consignados. Por isso é preciso repensar o sistema previdenciário para que a terceira idade exerça sua cidadania, com renda digna e participando da sociedade de consumo com independência.