Por helio.almeida

Rio - Embora as empresas e o Secovi (Sindicato da Habitação) venham repetindo o mesmo discurso há anos, que o ajuste foi feito e tudo está quase normalizado, os números mostram uma situação bem divergente. O número de ações contra incorporadoras vem crescendo de forma constante – somente no estado de São Paulo, as ações contra construtoras dispararam 2000% nos últimos cinco anos, segundo levantamento feito pelo advogado Marcelo Tapai, sócio do escritório Tapai Advogados. Além dos atrasos, outro ponto que deve causar preocupação nos compradores é a situação financeira das empresas.

Segundo Tapai, não basta somente analisar o histórico de atrasos no momento da compra, mas também, e principalmente, a solidez da empresa. Isso porque, empresas que se aventuraram no mercado em busca de lucro na Bolsa de valores, sem se preocupar com as construções, hoje atravessam uma séria crise financeira. (não se preocupando com as construções, hoje atravessam uma séria crise financeira.).

Entre elas está a PDG, cujos papéis estão entre os 10 mais desvalorizados em 2013 e os prejuízos bilionários só se acumulam.

Aproveitando o boom imobiliário, a PDG chegou a anunciar lucro líquido de quase R$ 1 bilhão em 2011 e foi considerada um fenômeno do mercado imobiliário, com crescimento meteórico e valorização dos papéis em 124% entre os anos de 2007 a 2011.

Mas, na época comprou diversas empresas do setor em dificuldades porque estava de olho no mercado de ações e sabia que mostrar um grande VGV (volume geral de vendas) alavancava o valor de suas ações e dava lucros bilionários. Mas, a estratégia não foi acertada e hoje a empresa acumula prejuízo bilionário e não tem fôlego financeiro para se endividar ainda mais nos bancos.

“Sem recursos suficientes para cumprir os cronogramas das obras, certamente irão atrasar ainda mais a entrega de alguns empreendimentos. Antes de comprar um imóvel, certifique-se que a construtora tem um bom histórico financeiro, tradição e seriedade”, alerta Tapai.

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