Por bferreira
Rio - Após a virada do ano, é hora de sentar e planejar o orçamento para enfrentar as contas que chegam logo no começo de 2014. IPVA, IPTU, faturas de compras de Natal parceladas no cartão de crédito e reajuste de matrículas e as mensalidades escolares fazem parte de uma lista de pendências que devem ser quitadas com uma parte do décimo terceiro destinada a essas despesas. Organizar as contas em uma planilha é uma boa saída.
Os gastos com presentes de Natal de Domingos Alves estouraram o limite do seu cartão de crédito João Laet / Agência O Dia

Especialista em finanças pessoais do Banco Itaú, Jurandir Sell Macedo aconselha o pagamento do IPVA e o IPTU, por exemplo, em parcela única, sem parcelamento. Assim, o consumidor consegue aproveitar descontos: 10% no imposto dos veículos e de 7% no dos imóveis. Se não der, o melhor é parcelar em vez de deixar de pagar outras contas.

“Nesta época do ano, mais do que nunca, a família precisa detalhar despesas e gastos para cortar excesso, até mesmo aquele café mais caro”, recomenda.
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Após as festas de fim de ano, a fatura do cartão de crédito triplica em relação ao gasto médio do resto do ano. A dívida deve ser quitada por completo. Os juros são altos (9,4% ao mês), assim como os do cheque especial, que chegam a 8%, em média, ao mês.
“O cheque especial deveria ser usado apenas em caso de emergência. Já o cartão de crédito, caso a pessoa não consiga pagar a fatura inteira com os próprios recursos, o ideal seria trocar a dívida por crédito mais barato, como o consignado, que tem taxas bem menores”, explica o especialista.
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Passados os três primeiros meses mais críticos do ano, o presidente do Instituto Fractal de análises de mercado, Celso Grisi, aconselha a cada família poupar pelo menos 10% da sua renda.
“Mesmo nas classes mais baixas, gasta-se muito com habitação, cerca de 30% do salário. Uma boa manutenção da casa e melhores hábitos, como gastar menos água e apagar as luzes, podem ser suficientes para atingir a meta de poupança”, afirma Grisi.
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Jurandir Macedo destaca alguns pontos para se ter tranquilidade ao longo da vida e não sofrer com gastos extras. O ideal para começar a poupar é fazer reserva de imprevistos, que deve ser de três a seis vezes os gastos mensais. Neste caso, o melhor é investir em poupança ou em algum fundo de DI, que não oferecem risco.
Sem controle, a fatura do cartão de crédito de Domingos Alves, 44 anos, vai chegar recheada em janeiro de 2014. Os gastos com presentes de Natal, como roupas e eletrodomésticos, estouraram o limite e o orçamento da família vai entrar o ano novo tendo que arcar com os juros pesados. “As dívidas saíram totalmente do meu controle”, reclama.
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Décimo terceiro vai servir para pagar as despesas
É nesse período do ano que parte do décimo terceiro deve ser usada. É o que vai fazer o coordenador administrativo Marcos Mantovani, 37 anos, para pagar o IPVA de 2014, que pesa muito em seu orçamento. Ele conta que aprendeu a planejar melhor as despesas de começo de ano quando percebeu que pagava juros exorbitantes por ter entrado no limite do cheque especial.
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Desde então, ele controla as contas para não abrir brechas para mais dívidas. “Troquei de carro há um ano e meio, e o IPVA passou para R$ 1.600. Se eu tivesse me organizado melhor não teria ficado no vermelho na época. Depois disso, nunca mais deixei as despesas se acumularem”, afirma.
Especialista em finanças pessoais do Itaú, Jurandir Sell Macedo afirma que se não fossem os gastos exagerados no Natal, as famílias estariam menos apertadas no começo do ano. “As crianças chegam a ganhar cinco ou seis presentes. É desnecessário”, avalia.
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Comerciante separa dinheiro do IPTU
José Letra tem 65 anos de idade e é sócio da mercearia Paraíso do Mel, na Lapa. Desde que está à frente do estabelecimento, nunca teve que se endividar para fazer o negócio se sustentar.
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“Nós fazemos poupança todo mês, juntando o que sobrou da receita para pagar as despesas que surgem no mês de dezembro, como o décimo terceiro dos funcionários do comércio, e para ganhar fôlego para janeiro”, explica.
Letra lembra que em fevereiro começa a vencer o IPTU, ao custa de R$ 3.800. “Metade disso nós já temos guardado para pagar as parcelas. A minha preocupação principal é não contrair dívidas que me façam depender dos bancos. Nós, brasileiros, conhecemos bem o custo dos juros”, disse o comerciante.
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