Por thiago.antunes
Rio - A dura tarefa de escapar da tributação maior nos gastos nas férias no exterior compreende dividir as compras entre cartões, cheques-viagem e, claro, dinheiro vivo. A orientação é de especialistas ouvidos após a elevação de 0,38% para 6,38% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), no dia 27 de dezembro, para o uso de cartões no exterior. Analistas financeiros aconselham, no entanto, buscar locais que ofereçam segurança para levar uma quantidade a mais de moeda estrangeira para fugir da taxação.

Diretor do Grupo Par e especialista em finanças pessoais, Marcelo Maron orienta o turista a pesquisar se o hotel tem cofre no quarto para guardar os dólares. “Dessa forma, fica mais seguro levar uma quantia maior de dinheiro. A pessoa também pode, e deve, ir para a rua uma quantidade menor e necessária para os gastos daquele dia”, ensina.

Casas de câmbio cheias%3A viajante pode levar o equivalente até R%24 10 mil sem prestar contas à ReceitaEstefan Radovicz / Agência O Dia

Maron diz que se as pessoas têm dificuldade de controlar gastos vale a pena pagar um pouco mais de imposto para controlar as finanças. “O uso do cartão de débito no exterior gera mais disciplina financeira e segurança. Porém, o brasileiro certamente vai passar a usar mais dinheiro em espécie para fugir desta alta taxa”, avalia.

Na comparação com o cartão de crédito, o melhor é usar o de débito que ‘trava’ o câmbio no momento que carregar o cartão. É o que diz Ricardo Meirelles, sócio e economista-chefe do Núcleo de Estudos e Projeções Econômicas da Gouvêa de Souza. “No caso do cartão de crédito, você só saberá a cotação no fechamento da fatura e pode ter surpresas na hora de pagar a conta”, explica Meirelles, que criticou a medida do governo. “Esta norma foi um retrocesso. Esta medida faz lembrar a CPMF. Para controlar gastos no exterior ideal seria usar a a taxa de câmbio”, frisa.
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Viagem para fora não será afetada
O vice-presidente de relações internacionais da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav-Nacional), Leonel Rossi, diz que o número de viagens internacionais não vai cair com a alta do IOF. “Nosso parâmetro para esta avaliação é o aumento do dólar em mais de 15% em janeiro de 2013. Isso não reduziu em nada em viagens”, explica.
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Em nota, a CVC, uma das maiores operadora de viagens do Brasil, informou que a elevação do IOF não deve interferir nas vendas de pacotes para o exterior. “As viagens internacionais são convertidas para reais no ato da compra e parceladas em até dez vezes fixas. A CVC também oferece promoções de câmbio reduzido na conversão de dólar para real, que tornam os pacotes de viagens mais atrativos”, diz a nota.
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