Por thiago.antunes
Rio - A caderneta de poupança figurou entre os fundos com melhor retorno no ano passado, com rendimento de 5,85%. A aplicação perdeu apenas para o dólar, com 15,5%. A captação líquida, ou seja, a diferença entre depósitos e saques, foi recorde, com saldo positivo chegando a R$ 71 bilhões, o maior resultado de toda a série iniciada em 1995. 
Muitos empreendedores têm optado pela aplicação devido à segurança que ela oferece. É o caso de Eguiberto Rissi, proprietário da marca Uno&Due, do segmento de alimentação. Para abrir o negócio, ele poupou 30% do salário por dez anos. “Hoje não tenho loja, mas sou o franqueador”, disse. No Rio existem nove unidades, a décima será em Jacarepaguá.
O montante que Rissi economizou em dez anos na poupança virou parte do capital inicial da empresaDivulgação

Atualmente ele diversifica os investimentos, com aplicações em outros fundos, e está abrindo novas frentes de trabalho. “Forneço alimentação para o segmento offshore, que são empresas da cadeia de petróleo e gás. Vou oferecer materiais, peças e serviços também”, disse, acrescentando que o futuro é promissor.

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Apesar do sucesso, Rissi não abandonou a poupança. Agora ele mantém duas cadernetas, sendo uma para o filho de 16 anos e outra para a filha de dois anos e meio. A economia mensal faz parte de uma cultura financeira que ele quer repassar à família. No futuro, o dinheiro pode custear a educação superior do casal de filhos ou ser o capital inicial para algum novo empreendimento.
Menos de R$ 50 mil
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Professor de economia da UFRJ, Luiz Martins de Melo ressalta que a poupança é de fato a aplicação mais segura, principalmente para quem tem menos de R$ 50 mil no banco. Isto porque acima desta quantia, outros fundos começam a se mostrar mais interessantes, a exemplo das Letras Imobiliárias e até o Certificado de Depósito Bancário (CDB). Abaixo da quantia referida, os fundos perdem rentabilidade devido à taxa de administração e aos juros, que corroem o valor do dinheiro.
Prazo de retirada afeta o rendimento dos fundos
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Outro fator que deve ser levado em consideração na hora de aplicar em fundos, que não a poupança, é o prazo de retirada. “Quem pensa em aplicar visando sacar antes de dois anos faz um mal negócio”, disse Melo. A previsão do economista para este ano é de que a poupança repita o resultado de 2013, principalmente por se tratar de ano eleitoral, quando os grandes investidores aplicam o capital na caderneta até que o cenário político se desenhe para os próximos anos. “A poupança não é fundo de risco, ou seja, rendendo muito ou pouco, o lucro é garantido”, destacou.
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