Por bferreira

Rio - Governo e iniciativa privada têm discutido formas de contornar um possível apagão de mão de obra temporária na Copa do Mundo. Estão mais ameaçados os setores de segurança, transporte executivo e de limpeza. Sergio Ehrlich, diretor operacional da Gocil, terceirizadora de trabalhadores na área de segurança, tem dúvidas se vai conseguir atender à demanda.

A empresa atua em oito estados e tem contingente de 22 mil funcionários, 70% deles na área de segurança. A Fifa estima que serão necessários ao todo 36 mil trabalhadores para atuar diretamente no evento nas 12 cidades-sedes. O maior contingente, 22 mil, é para área de hospitalidade. A previsão é recontratar aqueles que atuaram na Copa das Confederações. O segundo maior grupo é para área de alimentação e bebidas, um total de 12 mil pessoas.

Já o Comitê Organizador Local (COL) prevê contratar mais 27 mil funcionários, dos quais 20 mil apenas para a segurança privada. Eles serão responsáveis pelas delegações e torcedores em estádios, centros de treinamentos e hotéis oficiais.

Tanto a Fifa quanto o COL informam estar confiantes de que terão profissionais qualificados, bem treinados e com a experiência adquirida na Copa das Confederações para o evento deste ano e que têm observado iniciativas do governo federal, dos estados e municípios em relação a programas de qualificação.

Porém, algumas áreas ainda sofrem com problemas específicos, como falta de rede de qualificação e até regulamentação, como segurança e transporte executivo.

Concessionárias das arenas deve contratar 4 mil para área de limpeza

Na área de limpeza, que deve demandar 4 mil profissionais que serão contratados pelos concessionárias das arenas e sedes no caso da prestação de serviços nas instalações complementares. O que ameniza a situação de falta de mão de obra é a mecanização.

Isso ocorre porque o segmento tem carência de trabalhadores masculinos para serviços mais pesados, diz Sandro Haim, vice-presidente da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp).

“Boa parte do estádio será administrado por empresas internacionais, que têm equipamentos e produtos específicos. Há como fazer mais com menos pessoas”.

Apesar de não ver essa necessidade para a Copa, Haim aponta que existem empresas que se veem obrigadas a trazer até mesmo trabalhadores estrangeiros. “Para suprir a demanda, algumas empresas trazem de países como Bolívia e Paraguai. É algo que não é simples”, explica.

Na área de segurança, desde 2013 está em vigor uma lei federal que torna necessário o curso de qualificação para profissionais que atuam em grandes eventos, com a participação de mais de 3 mil pessoas.

Ehrlich, da Gocil, estima que, se conseguir capacitar 2 mil profissionais até junho, será muito. “Podemos buscar profissionais até no morro do Rio. Basta ser qualificado e não ter antecedentes, disse.

Reportagem de Marília Almeida, do iG São Paulo

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