Rio - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve de adiar o início de mais uma pesquisa por conta do contingenciamento do Orçamento da União de 2014, cujo corte de R$ 44 bilhões comprometeu em 50% os recursos do Ministério do Planejamento, pasta a qual o instituto está subordinado. O alvo da vez foi a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Prevista para iniciar no segundo semestre deste ano, a POF agora foi transferida para 2015.
Segundo o IBGE, o adiamento da POF vai permitir a realização da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) de 2014, cujos trabalhos devem começar em outubro. A Pnad investiga características gerais da população, além de aspectos ligados à educação, ao trabalho, ao rendimento e à habitação, entre outras variáveis. Já a POF apura as despesas monetárias, que correspondem aos gastos em dinheiro efetuados pelas famílias, além das promovidas por meio de cartões e cheques pré-datados.
De acordo com o IBGE, a decisão de não fazer a Pnad e a POF juntas no segundo semestre deste ano diz respeito às dificuldades de dispor de recursos humanos suficientes para fazer tudo com logísticas diferentes. A POF exige uma despesa em torno de R$ 14 milhões, enquanto a Pnad custa entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões.
Diretora do Sindicato Nacional dos Servidores do IBGE, Susana Lage denuncia que o corte no orçamento vai prejudicar a própria qualidade dos estudos. Segundo ela, “o número de aposentadorias cresce a cada mês e as vacâncias na área técnica, de coleta de dados e supervisão, vêm sendo completadas por temporários”.