Por julia.sorella

Rio - Eles são exemplos de um grupo de 14 profissionais do Colégio Estadual Heitor Lira, na Penha, que são funcionários da unidade e ex-alunos da instituição. Formados no Curso Normal (atual Ensino Médio Normal) seguiram a carreira acadêmica, ingressaram na universidade e fizeram concurso público.

Estudante do Heitor Lira de 1973 a 1975, Nereida Morgado Guedes Miranda, 55 anos, está à frente da direção desde 1999. “Foi um acolhimento muito especial. Voltar ao colégio depois de tantos anos e poder trocar experiência com alunos e também com os meus antigos professores foi surpreendente”, declarou Nereida.

Integrante da coordenação pedagógica do colégio, Renato Fernandes de Carvalho, 54 anos, se orgulha de participar de uma equipe classificada por ele como “extremamente capacitada”. Ele cita que, como coordenador, tem contato com muitos alunos e percebe a diferença entre os estudantes da sua época — ele se formou em 1979 — e os dos tempos atuais. “É importante que o profissional se atualize e entenda as mudanças na sociedade”. Segundo Renato, retornar ao colégio anos depois foi uma “sensação gratificante.”

Professora de Disciplinas Pedagógicas (Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino), Mônica Paiva de Almeida, 47, revelou que sempre teve como um dos objetivos profissionais retornar para o Colégio Estadual Heitor Lira. “Professor é referência para o estudante. Muitos foram importantes para a minha carreira e quero ser para os meus alunos também. Na primeira vez em que pisei no colégio como docente chorei muito, pois tratava-se da concretização de um sonho.”

Já Ilma Alves da Silva começou a lecionar Disciplinas Pedagógicas na instituição em 2008. Em 2013, começou a dar aula na sala 3.001, a mesma em que cursou o Normal, em 1982. “Fiquei muito emocionada com isso. Ainda hoje, quando entro na direção, lembro que fazia esse mesmo percurso quando era aluna. Estar no colégio é uma mistura de passado e presente.”

Professora de Português, Rosecler Rosa destaca que as lembranças mais importantes vêm quando ela entra na biblioteca: “Li muitos clássicos, como Machado de Assis, José de Alencar e Clarice Lispector. Quando vi que havia duas vagas para trabalhar no Heitor Lira, não pensei duas vezes. Esta escola é muito especial para mim. Trabalhar nela é um presente enorme.”

Atualmente, o colégio tem cerca de mil alunos distribuídos no Ensino Médio Normal e Ensino Médio Básico.

Seleção Interna

O superintendente de Desenvolvimento de Pessoas da Secretaria Estadual de Educação, Antoine Lousao, explicou à coluna que desde 2011 o acesso a funções estratégicas em unidade escolar é, obrigatoriamente, por meio de seleção interna. “Deixamos de lado a lógica livre da indicação. O acesso a esses cargos fica aberto a todos os profissionais da rede.”

Quatro Etapas

Segundo Antoine, os candidatos participam de quatro etapas: prova de conhecimentos gerais e específicos, avaliação de título e experiência, avaliação de perfil e o curso de formação. São 40 horas de carga horária em várias disciplinas. As seleções internas acontecem para coordenador pedagógico, diretor, diretor regional e até função de subsecretaria da área de ensino.

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