Por bferreira

Rio - Passado o frenesi inicial, as companhias aéreas começam a baixar os preços de passagens para cidades-sede da Copa do Mundo no período do torneio. Com a diminuição da demanda por viagens corporativas nos meses em que ocorrem os jogos, o setor vai apostar em mais promoções para atrair clientes, como a que TAM fez no último fim de semana com descontos de até 90%.

Presidente da Associação Brasileira de Companhias Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz explica que as viagens a trabalho em período regular representam mais de 70% dos passageiros.

Tudo indica que os aeroportos do país não vão ficar lotados durante a Copa do Mundo, em função da queda nas viagens a trabalho. Porém, promoções podem estimular consumidores e aumentar o movimentoAgência Brasil

“Nos últimos mundiais, o tráfego aéreo foi menor, e a queda no número de pessoas viajando a trabalho, para eventos, feiras e convenções contribuiu para isso”, disse.

A TAM usou a estratégia de baixar preços em destinos nacionais e internacionais. O trecho de Curitiba para Porto Alegre, por exemplo, foi o mais barato, saindo a R$ 45 no fim de semana. Também era possível encontrar passagens de São Paulo para o Rio por R$ 79. A companhia informou que, por uma questão de mercado, não pode informar sobre futuras promoções.

Porém, tudo leva a crer que outras campanhas devem surgir até a Copa. Richard Svartman, diretor-executivo do comparador de viagens Mundi, conta que existem bons preços de passagens para assistir aos jogos mesmo sem os descontos. Há bilhetes para Belo Horizonte, por exemplo, a R$ 165 no dia 14 de junho, quando ocorre o jogo entre Colômbia e Grécia. “Em nosso estudo, vemos que as cidades-sede com valores mais atraentes são Curitiba e Belo Horizonte. Brasília vem logo em seguida”, afirma Svartman.

A Gol informou que vai manter seu modelo de preços para a Copa, estabelecendo que quanto mais próxima a data da viagem, maior será o valor do trecho. “Uma dica para adquirir bilhetes com baixas tarifas é comprar as passagens com antecedência, permanecendo pelo menos dez dias no destino”, divulgou em nota.

Até o fechamento desta edição, a Avianca não havia se pronunciado.

Passageiros brasileiros querem preços mais baixos

O professor Edson Amaral, 30 anos, mora em Fortaleza, mas vem ao Rio uma vez por ano visitar os parentes. Ele pagou cerca de R$ 600 pelas passagens de ida e volta. “Acho que deveriam haver mais promoções”, diz.

Já o aposentado Fernando Mesquita, 57, costuma ir a Porto Alegre com frequência, também para visitar a família. Para driblar os preços altos, ele sempre acompanha as ofertas. “Paguei R$ 300 pela ida e volta. Fora da promoção, teria pago R$1.200”, conta.

Apesar do apelo dos passageiros por preços mais baixos, Richard Svartman, do Mundi, alega que há muitas opções de passagens para diversos estados do país por menos de R$ 200. “Nos destinos fora da rota do mundial, vemos Foz do Iguaçu como uma opção interessante para quem quer viajar, com bilhetes a R$ 168”, sugere.

Hotelaria: Ocupação já é de 90%

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (Abih-Rio), Alfredo Lopes afirmou que o nível de ocupação dos quartos para a Copa do Mundo está dentro do esperado. “Estamos com 90% das unidades reservadas. Em alguns momentos, estaremos próximos de 100%”, afirma.

Segundo ele, as diárias durante o torneio variam de US$ 180 (cerca de R$ 396) a US$ 560 (aproximadamente R$ 1.232) no Rio.

Cidades no interior do estado, porém, já começam a oferecer preços mais baixos. Diretor comercial do site Hotel Urbano, Antonio Gomes diz que a maior parte da procura está na capital, por isso as outras regiões buscam formas de atrair os turistas.

“Temos uma grande solicitação de tarifas promocionais por parte de hotéis que ficam em cidades do interior, como Angra dos Reis, Búzios e Cabo Frio”, conta.

Richard Svartman, do Mundi, também encontrou bons preços em cidades-sede menos requisitadas que o Rio e São Paulo, como Curitiba, por exemplo. “Encontramos diárias em torno de R$ 150 em hotéis de redes internacionais”, destaca.

Segundo ele, ainda não é possível prever como será o movimento nos aeroportos e hotéis nos meses do Mundial. “Temos que esperar para ver como será a reação do público às promoções”, diz.

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