Rio - Não houve acordo na negociação salarial durante reunião entre 13 sindicatos de vigilantes do estado e a entidade das empresas de segurança (Sindesp). O encontro foi na Superintendência Regional do Trabalho. A falta de diálogo entre as partes pode levar agentes de segurança privada a cruzar os braços durante os dias que antecedem a Copa, em junho, deixando Maracanã, aeroportos do Galeão e Santos Dumont, entre outros postos, sem vigilância. Uma assembleia está marcada para segunda-feira, às 7h, na Candelária, para decretar a uma possível greve.
A categoria pede reajuste de 10%, jornada de 44 horas semanais, desconto do tíquete refeição de 20% para 5%, plano de saúde para os vigilantes e seus dependentes e aumento do tíquete refeição para R$ 20,52.
“Não podemos aceitar a contraproposta dos patrões de 7% de reajuste e R$ 13 no tíquete”, diz Antônio Oliveira, vice-presidente Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio (Sindvigrio).
Presidente da entidade, Fernando Bandeira disse na audiência que o Rio é um dos estados com pior piso salarial. “Fica abaixo do salário dos vigilantes de Tocantins, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal. No ranking nacional é o 13º piso do país”, assegura.
Bandeira argumenta que uma refeição no Centro do Rio não sai por menos de R$ 20. “Como pode o patrão pagar um tíquete refeição de R$ 13?”, indaga o sindicalista.
Protestos levam caos ao trânsito do Leblon e Barra
O segundo dia da greve dos trabalhadores da construção civil do Rio foi marcado por mais protestos, na manhã de ontem. A interdição de pista na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e uma passeata no Leblon, na Zona Sul, complicaram a vida dos motoristas. Responsáveis por sete obras de infraestruturas e mobilidade na cidade, cerca de 27 mil operários estão de braços cruzados.
O sindicato da categoria afirma que o número representa 90% de toda a mão de obra. Os operários afirmam que hoje pela manhã haverá novos protestos. A partir das 11h, ocorrem quatro reuniões de conciliações entre patrões e empregados no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Centro.
A paralisação deve afetar diretamente a conclusão da Transcarioca, obra fundamental para o esquema de trânsito para a Copa. Porto Maravilha, Metrô Linha 4, Transmodal, Transolímpica, reforma do Engenhão e Parque Olímpico Rio 2016 são as outras iniciativas paradas. Somado a todos esses transtornos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já cogita a possibilidade de tirar os Jogos Olímpicos do Rio.
PROTESTOS
No Leblon, funcionários das obras da Linha 4 do metrô percorrerem as avenidas Afrânio de Melo Franco, Bartolomeu Mitre e Rua Humberto de Campos, complicando o trânsito na região. Na Barra, pelo segundo dia consecutivo, cerca de 200 operários das obras do Parque Olímpico voltaram a interditar a Avenida Embaixador Abelardo Bueno.
Os grevistas reivindicam pagamento de 100% de horas extras (hoje é pago 70%), cesta básica de R$ 300 e 10% de reajuste. Já os patrões oferecem 9% de aumento e cesta de R$ 250 e informaram que não vão aumentar a proposta.
Mesmo com os transtornos e a possibilidade da Transcarioca não ficar pronta para a Copa, a Prefeitura do Rio informou que não iria se manifestar sobre o assunto alegando que a solução cabe as partes envolvidas.