Rio - Três movimentos grevistas estão interferindo diretamente na vida da população do Rio e do Grande Rio. Parados há 14 dias, a greve dos vigilantes da cidade do Rio tem prejudicado o atendimento bancário. Agências fechadas ou funcionando parcialmente em diversos bairros, principalmente no Centro, causam uma série de transtornos para os clientes, que precisam dos serviços.
Hoje, também uma parcela dos rodoviários do Município do Rio promete nova manifestação pela Avenida Rio Branco, com ameaça de paralisação geral amanhã. Os trabalhadores não aceitam acordo entre o sindicato da categoria e os empresários que garantiu 10% de aumento.
Ontem, cerca de 1,2 mil operários das obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio (Comperj), em Itaboraí, promoveram nova manifestação no trevo de acesso à Rodovia RJ116 (Itaboraí-Nova Friburgo–Macuco). O trânsito ficou lento no local. Eles alegam que estão há 40 dias sem salários.

Na tarde de ontem, cerca de 150 vigilantes pararam o trânsito na Avenida Princesa Isabel e o túnel Novo, entre Copacabana e Botafogo, durante passeata em direção ao Centro. O Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio (SindVigRio) informou que metade dos 50 mil seguranças privados já cruzaram os braços. Eles reivindicam 10% de aumento contra 8% oferecidos pela entidade patronal.
“Os vigilantes não aguentam mais os baixos salários”, afirmou Sebastião Neto, diretor do SindVigRio.
Denúncias do Sindicato dos Bancários do Rio dão conta que as instituições financeiras estariam burlando a Lei 7.102, que obriga o funcionamento das agências com, no mínimo, dois seguranças. “Aqui no sindicato já recebemos 70 denúncias de ausência de vigilantes ou apenas um trabalhando. Estamos fazendo levantamento para enviar à Polícia Federal a fim de notificar e multar os bancos”, explicou Almir Aguiar, presidente do Sindicato dos Bancários.
Operários do complexo podem receber hoje. Já acordo de vigilantes está longe
A solução para os 1,2 mil trabalhadores do consórcio Jetan, no Comperj, há 40 dias sem receberem, pode sair hoje. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Plano da Construção, Montagem e Manutenção Industrial de São Gonçalo e Região (Sinticom) informou que recorreu ao Ministério Público do Trabalho para que o consórcio patronal promova o pagamento hoje. Em nota, a Petrobras divulgou que acompanha as negociações entre os trabalhadores e as empresas. Já a consórcio Jetan não foi encontrado para comentar o caso.
Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Rio (Sindesp-RJ), Frederico Câmara diz que o sindicato dos trabalhadores não está respeitando o mínimo de 40% do efetivo trabalhando. “Ao invés de garantir o acesso de, no mínimo, dois vigilantes por agência, o sindicato incentiva os grevistas a barrarem quem quer trabalhar. A própria Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nos informou isso”, relata Câmara.
O Sindesp-RJ obteve liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), estipulando multa de R$ 10 mil por agência no caso de descumprimento por parte do sindicato dos trabalhadores. “Já fechamos acordo com seis dos 12 sindicatos dos vigilantes no estado, com reajuste salarial de 8% e 29% de aumento na cesta básica. O SindVigRio radicaliza o movimento”, afirma Câmara. Já o SindVigRio pede 10% de aumento sobre o salário base de R$ 987 e aumento do tíquete refeição para R$ 20.