Rio - A Petrobras avalia o momento em que deve aplicar metodologia de reajuste de preços de combustíveis "este ano ainda", disse a presidenta da estatal, Maria das Graças Foster, em teleconferência para comentar o resultado do primeiro trimestre.
Segundo a executiva, todos os meses a direção apresenta ao Conselho de Administração dados de produção, capex, a evolução de preços e a "não paridade de diesel e gasolina" na comparação com os valores do mercado internacional.
"Estamos avaliando o momento em que devemos fazer a aplicação da metodologia esse ano ainda", disse ela, comentando um dos fatores que tem impactado o resultado da estatal, devido ao controle de preços imposto pelo governo, sócio majoritário, na tentativa de conter a inflação no País.
Segundo Graça Foster, o câmbio ajudou a Petrobras a reduzir a disparidade na comparação com os valores externos. "Isso nos trouxe mais perto da convergência, diminuiu a distância. Enquanto perdura a não paridade plena, temos que estar considerando a correção de preços", acrescentou ela, destacando que as discussões deverão levar as finanças da companhia a uma situação melhor no ano que vem.
Produção vai crescer 7,5% em 2014
A presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, em conferência com investidores e analistas do mercado, estimou nesta segunda-feira que a estatal deve registrar aumento da produção de petróleo ao longo deste ano de cerca de 7,5%.
A previsão foi feita durante detalhamento dos resultados financeiros e operacionais do primeiro trimestre deste ano, quando a companhia fechou com lucro operacional de R$ 7,6 bilhões, resultado 8% superior ao do último trimestre de 2013, mas com um lucro líquido de R$ 5,4 bilhões, nesse caso representando uma queda de 14% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Ao comentar o resultado da produção do primeiro trimestre, que fechou com uma extração média diária de 2,01 milhões de barris de petróleo e gás natural, Graça Foster lembrou que novos sistemas de produção já entraram ou entrarão em produção nos próximos meses deste ano, com reflexos diretos na elevação da produção de petróleo e gás natural.
Graça destacou que este aumento da produção já vem se verificando desde fevereiro, com intensificação agora em maio, com a interligação de poços de alta produtividade às novas plataformas que estão entrando em operação e que adicionarão cerca de 120 mil barris de petróleo por dia. “Nós já interligamos até agora 20 novos poços, e a nossa expectativa é a de que fecharemos o ano com essa interligação atingindo 65 poços, o que refletirá no aumento da produção”, avaliou.
Graça admitiu que está havendo um atraso médio de cinco meses na entrega de novas plataformas por parte dos estaleiros, mas que ainda assim acredita no cumprimento da meta de aumento da produção de cerca de 7,5% agora em 2014, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. "Claro que cinco meses é ruim para qualquer planejamento e que quanto mais cedo [entrar em operação] melhor para a empresa”, admitiu.
As declarações da presidenta da Petrobras foram dadas em companhia dos diretores Almir Barbassa (Financeiro e de Relações com Investidores), José Alcides Santoro (Gás e Energia), José Carlos Cosenza (Abastecimento) e José Formigli (Exploração e Produção), durante durante videoconferência com investidores e analistas pela internet, quando foi feito o detalhamento dos resultados financeiros e operacionais do primeiro trimestre de 2014.