Por bferreira

Rio - Greve! Greve! Mais de dois milhões de pessoas foram afetadas por dia, R$250 milhões de perdas registradas nas vendas do comércio por dia, queda de aproximadamente 60% do PIB diário, que é o conjunto de riquezas produzidas, da Cidade do Rio de Janeiro. Esse é o quadro resultante da greve dos rodoviários somente no primeiro dia de paralisação, na última terça-feira. O movimento continuou ontem.

Os transtornos vão muito além do caos no trânsito, da falta de transporte coletivo e da ausência de um plano de contingência alternativo eficiente para momentos como esse vividos pela população do Rio.

Os prejuízos para o povo carioca são muitos maiores, porque a cidade deixa de produzir e o estado para de arrecadar tributos. Greves como essa dos rodoviários, decidida sem aviso prévio, mexe muito com a rotina de todo mundo porque não dá tempo de prepara um “Plano B” para manter os compromissos que cada um nós podemos ter.

Chama a atenção o fato do movimento ser promovido por uma dissidência sindical e haver a possibilidade de interferência política, com vista a se tentar influenciar no quadro eleitoral de outubro deste ano. Por essas e outras, o período até o fim da Copa de Mundo deste ano deve ser repleto dos mais variados movimentos reivindicatórios e de muitas manifestações de ruas.

Não tenho nada contra o exercício do legítimo direito de greve e de protestar, mas quem é ativista deve se responsabilizar pelo que faz e, eventualmente, arcar com os prejuízos que venha provocar aos outros e a cidade.

Mais do que lutar por causas justas, é preciso que os movimentos sociais entendam que o exercício da cidadania inclui o respeito ao direito de ir e vir de todo mundo.

Professor de Finanças do Ibmec da Fundação Dom Cabral

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