Por adriano.araujo

Rio - Apesar de ser a instituição mais bem avaliada pela população do Estado do Rio, a Polícia Federal enfrenta o descontentamento de agentes, inspetores e papiloscopistas. Eles sinalizam para uma greve durante a Copa do Mundo.

Em entrevista à coluna, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Rio de Janeiro, André Vaz de Mello, relacionou alguns entraves que têm alimentado a decisão da classe de cruzar os braços: “Há um desgaste, por exemplo, no processo de negociação que se arrasta em Brasília há pelo menos três anos. Quando tudo sinalizava para um acordo com o governo, fomos equiparados a todas as demais classes federais e não houve um tratamento diferenciado. Em 2012 foram oferecidos os mesmos 15,8% de reajuste, sendo que esse não era o nosso foco principal”.

O sindicalista cita que, mais importante do que conceder aumento, é o reconhecimento das atividades da base como sendo de cargos de Nível Superior e também elevação mais rápida na carreira.

De acordo com a pesquisa publicada pelo DIA em 12 de maio, encomendada ao Instituto Gerp, mais da metade dos fluminenses (55%) considera ótimo e bom o trabalho da Polícia Federal. Em uma escala de 1 (péssimo) a 5 (ótimo), as piores avaliações foram para a Polícia Militar e a Justiça, ambas com nota média de 2,48 pontos. Segundo a reportagem, a PF obteve 3,55 pontos. Em seguida, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), com nota média de 3,51. Depois aparecem a Polícia Civil (3,06), o Batalhão de Choque da PM (3), o Ministério Público (2,73) e a Guarda Municipal (2,56). “Ficamos satisfeitos com o resultado da pesquisa. Ela mostra que a nossa dedicação é maior do que os ritos burocráticos e os desafios que nos são apresentados no nosso dia a dia”, declarou Mello.

Ele também esclareceu que os policiais federais não portam armas durante as manifestações. Segundo o presidente, é necessário sempre o acompanhamento de uma viatura da Polícia Militar, para assegurar a segurança dos participantes.

“Quando fazemos manifestação, a orientação é não usar armas. É a conduta do Ministério da Justiça e do governo. Sabemos a complexidade das nossas funções e como que os atos públicos podem nos evidenciar. Contudo, isso não nos intimida. Temos o auxílio da Polícia Militar e também é fácil perceber alguma tentativa de infiltrar pessoas que não fazem parte do nosso meio nas manifestações”, denuncia André Mello.

Apoio à audiência

?Mais de 10 mil pessoas já apoiaram o pedido da categoria de audiência no Senado para discutir o pagamento do adicional de fronteira. O bônus foi instituído em 2013, porém, diante da demora na regulamentação por parte do governo, um auditor-fiscal da Receita Federal, do posto de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, acessou o Portal e-Cidadania e fez a solicitação.

Tramitação

Segundo os trâmites do Congresso, o pedido de audiência será enumerado e seguirá como “proposição legislativa”. Caberá ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhar a solicitação para comissão temática, onde será distribuída para um relator. O parlamentar vai emitir parecer sobre a audiência e indicar a data e os convidados para a reunião.

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